O ex-governador de Goiás e ex-ministro da Agricultura e da Justiça Iris Rezende morreu, na madrugada de ontem, aos 87 anos. Ele estava internado desde agosto, em São Paulo, devido a um acidente vascular-cerebral. Mas, no último sábado, seu quadro de saúde se agravou devido a uma infecção. O corpo de Iris foi sepultado no cemitério Santana, em Goiânia. O político deixa a mulher Iris Araújo Rezende e quatro filhos, Ana, Cristiano, Paula e Adriano.
Nascido em Cristianópolis — cidade natal também da cantora Marília Mendonça, que morreu na última sexta-feira em um desastre aéreo —, Iris iniciou a carreira política aos 16 anos pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), que apoiava o então presidente Getulio Vargas.
Em mais de 40 anos de vida pública, Iris foi prefeito de Goiânia por quatro mandatos (de 1966 a 1969, de 2005 a 2010 e 2016 a 2020), governador de Goiás (1983 a 1986 e 1991 a 1994), ministro da Agricultura no governo Sarney e da Justiça no de Fernando Henrique Cardoso. Além disso, teve passagens pelo Legislativo, ocupando cadeiras de deputado estadual e senador.
Diretas
Iris também teve expressiva atuação em favor da emenda Dante de Oliveira, que restabelecia a volta da eleição direta para presidente. Integrante do MDB, promoveu em 12 de abril de 1984 um grande comício em Goiânia, que impulsionou a campanha das Diretas Já por todo o país.
O governador Ronaldo Caiado decretou luto oficial em Goiás e homenageou Iris nas redes sociais. "Deixou um dos maiores legados da política do Brasil. Deixou escola, fez muitos discípulos e tem uma multidão de apaixonados que hoje sentem, choram e sua partida", publicou.
O prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, lembrou que "a história de Iris Rezende se confunde com a história de Goiânia, cidade que o acolheu e o alçou a um dos maiores cargos políticos do Brasil, com defesa incisiva do desenvolvimento do Centro-Oeste, do estado de Goiás e da capital goiana. Nossa linda Goiânia deve muito ao trabalho de Iris".
Já o governador Ibaneis Rocha, do DF, colega de Iris no MDB, salientou que "o Brasil perde um político que sempre procurou estar ao lado do povo mais humilde". E completou: "Marcou sua trajetória com grandes realizações, mas principalmente como exemplo de homem público. O MDB, especialmente, perde um de seus mais queridos quadros, mas manterá seu legado de político honesto, comprometido com as causas populares e grande capacidade administrativa".
Flavia Arruda, ministra da Secretaria de Governo da Presidência da República, relatou que teve o "privilégio de conviver com Iris Rezende, com a sua paixão pela política, pelas pessoas e, em especial, pelo nosso Centro-Oeste". Ela lembrou também que o ex-governador "sempre se mostrou um homem público à frente de seu tempo. Iris Rezende nos deixa um legado voltado à transformação social e, também, à realização de grandes obras".