A dentista Rossana Bortot é uma das principais testemunhas da queda do avião bimotor que matou Marília Mendonça e mais quatro pessoas. Na sexta-feira (5/11), ela viu o acidente aéreo a poucos metros de sua casa, em Piedade de Caratinga, que comoveu o Brasil. Rossana contou à TV Super Canal, de Caratinga, parceira do Estado de Minas e da TV Alterosa Leste, o seu desespero ao ver a aeronave caindo.
Rossana estava saindo de casa, de carro, junto com seu marido, quando ouviu um barulho estranho no céu. “Era um barulho que parecia ser de avião e de helicóptero, tudo ao mesmo tempo, parecia lata batendo”, disse.
Assustada com o barulho, ela contou que olhou para o céu e viu o avião voando como se fosse uma folha de papel em queda, balançando, em velocidade baixa, até cair em meio às árvores.
“O avião veio balançando, fez uma curva e tombou, e pareceu que se chocou com a asa no solo. Depois disso, ouvi um barulho muito forte”, contou a dentista. Disse que sentiu um cheio muito forte de óleo e temeu por uma explosão.
No vídeo gravado pela câmera de segurança de sua casa (veja abaixo), é possível ver a dentista desesperada olhando para o céu, acompanhando a queda do avião. Temendo uma explosão, mesmo estando distante do local da queda, ela correu e entrou no seu carro. Mas logo em seguida, saiu. Ela e o marido ficaram muito assustados.
Ainda impactados com a queda do avião, o casal tratou de chamar o Corpo de Bombeiros. “Nós ligamos na mesma hora para o Corpo de Bombeiros, que não atendeu. Depois, conseguimos um número alternativo e falamos com os Bombeiros, que ainda não sabiam do acidente”, disse.
Moradora de um condomínio localizado no alto da serra, distante 4 quilômetros do aeroporto de Ubaporanga, a dentista disse que está acostumada com o barulho de aeronaves que sobrevoam a sua casa, na direção da pista de pouso. Mas nunca tinha visto um acidente aéreo.
“Quando eu soube que o avião levava a Marília Mendonça, uma cantora tão querida, eu fiquei muito mal. Eu já estava mal em imaginar o desespero das pessoas que estavam dentro do avião. Eu ficaria em relação a qualquer pessoa que estivesse no avião, mas até eu me emociono ao saber que era ela quem estava naquele avião”, disse.
Rossana foi ouvida pelos oficiais do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA) e disse que está disposta a colaborar no que for preciso. Para ela, está muito clara a lembrança do acidente.
“Depois que o avião começou a descer, parece que nada poderia ser feito, porque o avião estava sem velocidade nenhuma para arremeter o pouso, sei lá”, disse.