Professores avaliam que as questões de química, física e biologia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicadas neste domingo (28/11), tiveram conteúdos bem distribuídos. Segundo os especialistas, o conteúdo mais abrangente torna a avaliação mais completa e mostra que os alunos devem, cada vez mais, estudar as matérias de maneira completa e não focar mais em um assunto que outro.
O professor de química Samuel Ribeiro Costa, apontou as questões interdisciplinares, envolvendo física e biologia. Na avaliação do docente, a parte mais interessante foi ter conteúdo que o aluno conseguiria resolver apenas por contextualização. “Apesar de ser uma prova de exatas, muitas das questões eram possíveis serem resolvidas apenas pela contextualização. Isso é interessante, pois consegue ajudar o aluno a resolver as outras questões sem perder muito tempo. Ela foi dentro do esperado, teve questões mais tranquilas, estava bem distribuída com relação a dificuldade. Já teve anos difíceis, como o de 2017, mas foi dentro do esperado”, afirmou.
O professor ainda afirmou que, no geral, a prova foi tranquila e dentro do esperado. “Houve questões que são recorrentes do Enem, reações envolvendo esterificação, saponificação, correção de pH, eletroquímica, isomeria, polímeros, processos de redução e oxidação, conceitos modernos de açudes e basicidade, estequiometria entre outros. No geral, a prova foi muito bem distribuída, não focou em um conteúdo só, abraçou vários conteúdos, não envolveu muitas contas, havia apenas duas ou três questões”, disse.
A prova de física foi carregada nos conceitos de mecânica e de eletricidade, como de costume, segundo o professor de física Flávio Brancalhão. De acordo com o docente, havia questões de todos os níveis. “Houve pouca cobrança em óptica, tinha questões como espectro eletromagnético, envolvendo o nosso dia a dia, ilhas de calor, que trata as formas de transmissão de calor, conceitos de tempo de carregar um carro elétrico e calcular o tempo de carga. Havia uma questão interdisciplinar com química. O que me chamou atenção é que a maioria das questões são de conceitos fáceis, têm cálculo fácil de fazer. Porém, o aluno tem que saber o conceito. Havia duas questões de mecânica que tinham cálculo mais difícil, o aluno iria perder um pouco mais de tempo fazendo cálculo. De uma forma geral, o nível de prova foi médio, não foi fácil, nem difícil, como era de se esperar. O ponto negativo foi a predominância de mecânica e eletricidade, mas foi uma prova bem distribuída e o aluno fica mais focado”, avaliou.
Em biologia, o professor Chico Nery afirmou que, de modo geral, o Enem apresenta predominância de questões de ecologia, mas dessa vez foi diferente. “Geralmente são cinco a sete questões e dessa vez foram quatro. Botânica clássica também era um conteúdo que não caía, e geralmente era uma questão na prova, mas desta vez foram três. Foram questões interpretativas, salvo uma que tinha tabela, as outras tinham que conhecer os conceitos para responder. Havia questões de evolução, ecologia e outras áreas da biologia. Foi uma prova mediana, com um pouco de questão conteudista. Quanto melhor a distribuição de conteúdos, os alunos ficam mais preparados”, disse. O docente ainda afirmou que faltam alguns assuntos, como a embriologia.
Para Nery, a surpresa foi cair as matérias de botânicas, que “foram muito boas” e não houve predominância de ecologia, “os alunos melhores preparados vão conseguir se destacar”. De acordo com o professor, “a distribuição melhor dos conteúdos acaba premiando o aluno que se preparou melhor”. “De uma forma geral, a parte de biologia para quem estava bem preparado, não perdeu muito tempo assim [realizando a prova]. Não tinha muito texto e nas questões de análise, a interpretação não foi tão cobrada a ponto de interferir no discorrer da prova”, disse.
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