As questões de matemática do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicadas neste domingo (28/11), foram mais voltadas a porcentagem, estatística e interpretação de gráficos e tabelas. De acordo com o professor de matemática Toshio Nakamura, um aluno aplicado do ensino fundamental “conseguiria realizar grande parte da prova”.
O docente explica que a prova não fugiu muito do que já estava sendo realizado nos anos anteriores. Contudo, havia mais “questões do ensino fundamental do que do ensino médio”. A prova estaria mais para “Enef do que para Enem”. “Conteúdos extremamente importantes ficaram de fora. O Enem avalia candidatos para engenharia, e dentro da engenharia o candidato estuda trigonometria, caiu apenas uma questão. Outro assunto, logaritmos e exponenciais, não caiu”, disse.
Para o professor, assuntos importantes como probabilidade, análise combinatória, matrizes e geometria analítica, tiveram uma ou nenhuma questão. “A prova não teve muito conteúdo, como sempre. O aluno que fosse capaz de ler, interpretar e fazer cálculos elementares deve ter conseguido fazer a maioria das questões”, afirmou.
Segundo Nakamura, o que mais caiu foi estatística e, na avaliação do docente, “é um assunto tão banal, mas que é usado no dia a dia”. O professor afirma que “quem está acostumado a ler jornal, periódico, sabe interpretar [essas questões] que teve aos montes”. De acordo com o especialista, a prova não tem sido abrangente porque há mais “necessidade de contextualizar acaba deixando questões mais importantes de lado”.
O docente ainda destacou a preparação entre os candidatos. Na avaliação do matemático, a maioria dos estudantes da rede pública de ensino que prestaram o exame, não tem muito acesso a simulados, diferentemente do aluno da escola particular, que possuem acervo de testes e recomendações direcionadas para fazer a prova. O professor chama atenção para o fato de isso implicar no psicológico dos alunos.
“Nós recomendamos que os candidatos procurem e realizem as questões mais fáceis primeiro. Com a mudança de ordem das questões de cada caderno, o aluno sem esse tipo de orientação pode pegar uma primeira questão mais difícil e se sentir inseguro. Essa mudança na ordem é boa somente para quem já teve uma boa orientação antes da realização da prova”, disse.
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