Após ter as tranças cortadas na escola, em Pedras Grandes, a 162 km de Florianópolis, uma aluna catarinense se recusa a ir à escola e a família decidiu antecipar uma mudança de cidade. A mãe, Cristina Zelma Mônica Magalhães, afirma que a filha ainda sofre com os traumas do episódio. "Ela não é mais aquela menina brincalhona, risonha, ela tem altos e baixos, tem horas em que ela lembra e fica encolhida, quietinha. Já vi ela várias vezes chorando", conta.
A mãe da adolescente procurou a delegacia para relatar que a filha teve as tranças do cabelo cortadas por uma colega. A polícia encara o caso, denunciado no último dia 16 de novembro, como ato infracional análogo ao crime de injúria racial. O episódio ocorreu no dia 3 de novembro.
Antes de procurar as autoridades policiais, a mãe relatou o caso nas redes sociais, em um apelo a quem pudesse ajudá-la a lidar com a situação. Ela afirma, em vídeo postado no Instagram, que a adolescente perguntou à colega porque ela havia cortado suas tranças, que respondeu que quis cortar porque era um cabelo de negro, cabelo ruim.
Ela conta, ainda, que houve um segundo episódio no ônibus escolar e a filha teria chegado em casa chorando dizendo que não queria mais ir à escola. Depois do episódio, a adolescente pediu à mãe que tirasse suas tranças.
"A situação é constrangedora, porque a gente acha que acontece com a gente mas não vai acontecer com os filhos. A gente fica sem chão, sem saber o que fazer e a quem recorrer", afirma a mãe.
A decisão de mudar de cidade foi antecipada para que a filha recomece os estudos em outra escola. "Sei que não vai curar totalmente, mas que preencha um pouquinho daquilo que foi ferido nela", espera a mãe. Conta, ainda, que a adolescente tem vergonha do episódio por achar que é culpada pela situação. "Eu não durmo há semanas, minha filha é a mesma coisa", diz Cristina.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Educação de Santa Catarina e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.
A reportagem entrou em contato com o delegado Willian Meotti, da Polícia Civil de Santa Catarina, e aguarda resposta. O espaço está aberto para manifestação.
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