O agro agora é tech. O campo vive a era da transformação digital e, para continuar como uma das principais forças motrizes da economia brasileira, o setor tem investido na agricultura 4.0. O termo é usado para definir o agronegócio com o uso de tecnologia de última geração. São equipamentos tecnológicos como softwares, robótica, sistema de posicionamento global (GPS), drones e outras ferramentas para reduzir os custos e aumentar os lucros da produção rural. Para debater sobre os mais recentes progressos na área, o Correio, por meio do CB Fórum Live, reuniu autoridades, especialistas e representantes do setor, em um painel sobre o programa Agro 4.0, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI).
A iniciativa foi transmitida ao vivo, na quarta-feira (24/11), pelas redes sociais do jornal — Facebook, Twitter e YouTube.
O deputado federal Alceu Moreira (MDB-RS), membro da Frente Parlamentar da Agropecuária, destacou a importância do agronegócio na economia do país. "Três décadas atrás, o agricultor era visto nos centros urbanos como uma figura esquisita. O novo veio da roça. O que tem de inovação, tecnologia, o que realmente anda no espaço competitivo, o que desperta interesse geoeconômico e geopolítico mundial é o agro", apontou.
Esta edição do programa Agro 4.0, desenvolvido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), reuniu 14 projetos-piloto. Os trabalhos abordam desde o uso de robótica no revolvimento de grãos de café até a aplicação de inteligência artificial para monitorar o desempenho individual e diário do gado confinado e ajudar na tomada de decisões.
Alceu Moreira lembrou que o Brasil é um dos protagonistas do setor. "Hoje, se qualquer chefe de Estado, em qualquer lugar do mundo, quiser ter certeza da segurança alimentar dos seus povos daqui 20 anos, terá que separar uma cadeira para o Brasil sentar. É o único tema de referência em que nós estaremos obrigatoriamente incluídos na discussão", ressaltou.
Após a abertura, os painéis com os especialistas trataram de temas como internet, sensoriamento remoto, inteligência artificial e robótica. A mediação foi feita pelo editor-executivo do Correio, Vicente Nunes.
Mercado em ascensão
O agronegócio representa quase 25% do PIB brasileiro. Durante a pandemia, o setor não parou e teve que se adaptar a um menor contingente de trabalhadores. Foi preciso, então, se reinventar.
A agricultura 4.0 trabalha com a utilização de máquinas, veículos autônomos, drones, robôs e sensores em animais e plantas. Informações podem ser recolhidas e enviadas para uma nuvem, onde formam um valioso banco de dados que permite uma tomada de decisão muito mais precisa. Esse sistema é conhecido como agricultura inteligente ou smart agriculture, e tem ganhado atenção de produtores e investidores.
O agro deverá crescer exponencialmente e se consolidar cada vez mais como o grande propulsor da economia brasileira. Na avaliação do deputado Alceu Moreira, o Congresso Nacional tem papel fundamental em estimular esse mercado, principalmente na questão de desburocratização de normas. "Precisa preocupar-se com a facilitação do mundo dos negócios. Precisamos perceber que estamos em dois lados desse processo, além da regulação da legislação para tirar a pessoa do passivo social da desinformação", observou.
Moreira acredita que o leilão das frequências do 5G, feito para atender áreas distantes, deve beneficiar o agronegócio. "O nosso produtor, de qualquer tamanho, vai ter direito a igualdade de oportunidades, porque essa é a maior igualdade que podemos ter no Brasil: igualdade de oportunidades", ressaltou.
Saiba Mais
- Economia Nova ferramenta traz maior efetividade no combate à ferrugem asiática
- Economia Deputado Alceu Moreira destaca importância do agronegócio e papel do Congresso no setor
- Economia Projeto que utiliza inteligência artificial na venda do gado é premiado pela ABDI
- Economia "A chave para a sustentabilidade é a ciência", afirma secretário do Mapa