A recente fala do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estaria a “cara do governo” causou desconforto em estudantes e em profissionais da educação. Nesta sexta-feira (19/11), foi revelado que o chefe do Executivo teria pedido ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, que as questões que tratassem o Golpe Militar de 1964 trocassem o termo por “revolução”.
De acordo com relato de integrantes do governo à Folha, o pedido foi feito no primeiro semestre deste ano, mas não levado adiante pelo ministro, devido ao longo processo de elaboração da prova. Ribeiro teria comentado o caso com equipes do Ministério da Educação (MEC) e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
A denúncia é feita após uma série de condutas questionáveis dentro do órgão ligado ao MEC. Nos últimos dias, às vésperas da prova, que acontece neste domingo (21) e no próximo (28), o Inep precisa lidar com a debandada de 37 servidores e denúncias de um possível vazamento de prova, além de interferência do governo nas questões.
Mesmo com a instabilidade no órgão, contudo, a aplicação da prova deste fim de semana foi confirmada pelo presidente do Inep, Danilo Dupas, em audiência pública realizada no Senado Federal na quarta-feira (17).
*Estagiárias sob a supervisão de Andreia Castro
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