A evaporação de represas e reservatórios no Brasil consumiu, somente em 2019, quase 28 trilhões de litros de água, o que equivale a 885 mil litros de água por segundo.
Os dados estão no estudo Evaporação Líquida de Reservatórios Artificiais no Brasil, lançado neste mês pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), em parceria com a Universidade Federal do Paraná. A pesquisa, que durou dois anos, apresenta um novo modelo de cálculo da evaporação, mais preciso.
O estudo pesquisou a evaporação média entre 2001 e 2019 e revelou que essa taxa variou entre 20 e 29 litros por segundo por quilômetro quadrado de superfície. As maiores evaporações aconteceram nos anos de 2002, 2005, 2007 e 2012.
O coordenador de Estudos Setoriais da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, Thiago Fontenelle, diz que o estudo amplia a base de dados mais completa sobre o tema. "O que a ANA traz com esse estudo é uma base de dados ainda mais completa, com a diminuição das incertezas sobre esses dados, e com isso conhecer os quantitativos de evaporação de lagos de forma mais abrangente, mais precisa, contribui para gestão dos recursos hídricos, e, em última instância, para a segurança hídrica
A evaporação líquida é a diferença entre a evaporação da água do lago e a evapotranspiração, que seria o esperado para a mesma área, caso não existisse o reservatório. "Um dos dados principais que nós incorporamos de forma inédita nessas estimativas são dados de temperatura das água lidos quatro vezes por dia de todos os reservatórios do país. Isso por meio de sensores em satélites que orbitam a terra e a ANA pode agora ofertar esses resultados para a sociedade, para os tomadores de decisão", explicou Fontenelle.
A pesquisa revela ainda que, dos 175 mil reservatórios do país, cinco respondem por mais de 30% da evaporação líquida nacional: Sobradinho, Luiz Gonzaga, Porto Primavera, Ilha Solteira e Tucuruí. Os dados coletados pela pesquisa sobre evaporação líquida serão considerados no novo Plano Nacional de Recursos Hídricos 2022-2040.
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