LUTO

Mãe de Marília fala sobre a filha: "Lá em casa ficou uma tristeza"

Culto em Goiânia reúne amigos e parentes da Rainha da Sofrência, que morreu dia 5 em acidente aéreo em MG

Fábio Grecchi
Gabriela Bernardes*
João Vitor Tavarez*
postado em 13/11/2021 06:00
Mãe da cantora (D) expressou a dor que sente por não ter mais Marília ao lado:
Mãe da cantora (D) expressou a dor que sente por não ter mais Marília ao lado: "Ela falava alto, tudo dela era muito intenso" - (crédito: Instagram/Reprodução)

Uma semana depois da morte de Marília Mendonça, a mãe da Rainha da Sofrência, Ruth Dias, fez, na última quinta-feira, um desabafo durante um culto que sintetiza a lacuna deixada pela cantora. Na homenagem organizada pela família, na Igreja Assembleia de Deus de Campo Campinas, em Goiânia, Ruth deixou clara a extensão da sua dor.

"Todo mundo conhece e sabe da alegria dela. Tanto que, lá em casa, ficou uma tristeza, porque ela alegrava a casa. Ela falava alto, ela ria alto, tudo dela era muito intenso", disse.

Na mesma celebração, a dupla Maiara e Maraísa — parceiras de Marília no projeto "Patroas" — subiu ao púlpito para homenagear a amiga com uma música religiosa. Durante a canção, Maiara se emocionou.

"Obrigada, Deus, por nos permitir honrar a nossa amiga. E vamos honrar até o fim", reagiu, entre lágrimas.

Ruth também agradeceu o apoio que tem recebido de amigos, parentes e fãs. Ainda agradeceu pela companhia da filha ao longo de 26 anos.

"Quero agradecer e louvar a Deus pelos 26 anos que Deus a deixou comigo. Pelo legado que ela deixou aqui. Boa filha, boa mãe", homenageou.

Além de amigos e parentes, participaram do culto o ex-namorado Murilo Huff, Maiara, Maraisa e a dupla Henrique e Juliano.

No mesmo dia, uma missa de sétimo dia foi realizada em homenagem ao produtor Henrique Bonfim, que tinha 32 anos — outra das cinco vítimas fatais do acidente com o bimotor, numa região próxima a Caratinga (MG). A celebração foi feita na mesma igreja em que, há seis anos, houve a homenagem a Cristiano Araújo, que morreu em um acidente de carro, em Goiás.

Henrique foi sepultado em Salvador, mas amigos pediram que uma missa fosse realizada em Goiânia, onde ele morou por mais de 10 anos. Durante o culto religioso, a banda de Marília, que também trabalhou com Cristiano, cantou a música que ficou marcada nas homenagens feitas ao cantor logo depois da morte dele, em 2015.

Investigações

A expectativa, agora, é pelos laudos periciais que estão sendo realizados na fuselagem e nos motores da aeronave — King Air, com data de fabricação e 1984 —, em Brasília e no Rio de Janeiro pelos técnicos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). A principal linha de investigação é a de que o bimotor arrancou um cabo de sustentação de uma linha de transmissão de energia que não estava sinalizado com balões, conforme mandam as regras de segurança. A região sofreu um apagão praticamente no mesmo momento da tragédia.

Isso porque, no resgate de um dos motores, foram encontrados pedaços de um cabo de aço enroscado no eixo da hélice — o que levanta a suspeita de que, ao se chocar contra ele, os propulsores tenham sido arrancados das asas, deixando o avião descontrolado. Porém, as autoridades também investigam as razões pelas quais o aparelho voava a baixa altitude.

O aeroporto de Ubiporanga, que serve à região, é de pequeno porte e não recebe voos comerciais. O piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, que comandava o avião, conversava com outro piloto da região que, conforme relato ao Serviços Regionais de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), estaria com dificuldades para a aproximação na cabeceira da pista.

No depoimento, explicou que Geraldo teria tentado duas vezes o pouso e que enfentava uma "perna de vento" — rajadas na mesma direção da pista e em paralelo ao avião, o que pode desestabilizar a aeronave e causar problemas na operação.

*Estagiários sob a supervisão de Fabio Grecchi

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