Piedade de Caratinga (MG) — Enquanto fãs, amigos e parentes se despediam comovidos da cantora Marília Mendonça, em velório que levou milhares de pessoas ao Ginásio Goiânia Arena, em Goiânia, agentes incumbidos de investigar as causas do acidente que tirou a vida da "Rainha da Sofrência" tentavam juntar as peças do quebra-cabeça para entender o que provocou a queda da aeronave, em Piedade de Caratinga, no Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Constatada pelos investigadores, a ausência de caixa-preta, não obrigatória no modelo que levava a estrela da música sertaneja, dificulta as apurações. As atenções se voltam agora para o spot geolocalizador da aeronave, encontrado entre os destroços do avião. Segundo o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), todas as evidências que podem ser usadas na investigação foram retiradas da aeronave. Até agora, o que se sabe é que o avião atingiu fios de alta-tensão antes de cair. Mas ainda não foi determinado se há nexo causal entre o evento e a queda.
No auge de seu sucesso e movimentando multidões em suas apresentações, Marília Mendonça morreu na sexta-feira, aos 26 anos, na queda do King Air C90. Ela se deslocava para o Aeroporto de Ubaporanga, próximo de Caratinga, onde faria um show à noite. Todos os cinco tripulantes morreram. Além da cantora sertaneja e de seu tio, estavam na aeronave seu produtor Henrique Ribeiro, o piloto Geraldo Martins de Medeiros e o co-piloto Tarciso Pessoa Viana. As investigações para apurar as causas do acidente estão sendo conduzidas pela Polícia Civil de Minas Gerais e pelo Cenipa, órgão do Comando da Aeronáutica.
O King Air C90 voa sem a caixa-preta, e, segundo o tenente-coronel Oziel Silveira, do Cenipa, esse equipamento não é obrigatório para o modelo. No entanto, os militares encontraram o spot geolocalizador da aeronave, que funciona como um GPS, registrando a rota utilizada pelo piloto durante o voo. Segundo o tenente-coronel, essa é uma importante evidência para ser analisada nos próximos dias. O avião da PEC Táxi Aéreo Ltda será removido da Serra da Piedade por uma empresa especializada e levado para o Aeroporto de Ubaporanga, onde serão concluídos os trabalhos de investigação.
A investigação do acidente aéreo segue também na Polícia Civil de Minas Gerais, em inquérito presidido pelo delegado regional de Caratinga, Ivan Salles. O delegado disse que a Polícia Civil juntou mais documentos ao inquérito, como o depoimento dos advogados da cantora Marília Mendonça, que viajaram a Caratinga para tratar da parte burocrática relacionada aos traslados dos corpos da cantora e de seus produtores.
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