Projeto Alumna

Programa de mentoria gratuita está com inscrições abertas para universitárias

Projeto gratuito de mentoria de carreira Alumna está com inscrições abertas até 29/10; são 150 vagas, todas virtuais. Podem participar universitárias mulheres cis e trans de qualquer universidade pública ou particular de todo o país

Seguem abertas até a próxima sexta-feira (29/10) as inscrições para o programa Alumna, projeto que oferece mentoria gratuita de desenvolvimento profissional para mulheres universitárias. É possível se candidatar para as vagas por meio do portal da iniciativa. São 150 vagas, todas virtuais. As selecionadas recebem acompanhamento individualizado durante seis meses. Podem participar universitárias mulheres cis e trans de qualquer universidade pública ou particular de todo o país.

Desde janeiro, mais de 100 universitárias receberam mentoria gratuita e mensal para progressão de carreira. Segundo o projeto, a conexão com profissionais experientes visa à troca de aprendizados e ao desenvolvimento profissional de forma acolhedora. A segunda turma contou com 55% de participantes pretas ou pardas e 65% de mentoradas estudaram em escola pública. A seleção prioriza jovens talentos de perfil diverso, como alunas pretas ou pardas, primeira geração da família na universidade ou alunas que estudaram em escola pública.

“O exemplo é poderoso. Sabemos que a experiência universitária e a preparação para a carreira podem ser muito menos hostis quando se tem referências, exemplos e mentoras para iluminar o caminho. Muitas mulheres acabam por desistir dos seus sonhos de carreira e não desenvolvem seu pleno potencial. A Alumna vem para ajudar a virar esse jogo”, observa Larissa Ushizima, CEO e co-fundadora do programa.

“Mentorias semelhantes chegam a custar até R$ 2 mil no mercado. Mas nosso foco está em oferecer a conexão gratuita e acolhedora. Queremos ajudar as estudantes a navegar (e a mudar!) um mundo ainda muito marcado por barreiras culturais às mulheres no mercado de trabalho. Assim, a Alumna apoia o desenvolvimento das competências sócio emocionais, as chamadas softskills, além de construir uma rede de apoio fortalecida pelo poder do exemplo”, acrescenta.

A fundadora explica que cada aluna recebe acompanhamento individual com base na sua formação acadêmica, perfil e interesses. Além disso, estão previstas mentorias coletivas sobre carreira e competências socioemocionais. As mentoras, que na época da faculdade tinham as mesmas dúvidas das estudantes, hoje são profissionais experientes que trabalham em grandes empresas como Colgate e Amazon, são pesquisadoras em instituições como a Universidade de Berkeley nos Estados Unidos, diplomatas e CEOs de bancos.

As sessões de mentoria acontecem por meio da plataforma Mentorar, uma startup parceira que oferece a solução tecnológica para a Alumna. A tecnologia da Mentorar permite que mentoras e alunas façam parte de uma comunidade segura, que protege os dados e informações pessoais das participantes, e ainda facilita os encontros e a avaliação dos resultados.

“Por meio da tecnologia, podemos conectar mulheres líderes em diversos países com alunas de graduação de todo o Brasil. A plataforma nos permitiu ainda uma maior diversidade regional das alunas participantes, que hoje estão em estados como Goiás, Rio Grande do Norte, Roraima, Amazonas, Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, detalha a CEO da Alumna.

Rede de apoio

Integrante da primeira turma, Ana Viana, estudante de Relações Internacionais na Universidade de Brasília (UnB), foi uma das estudantes selecionadas. “Entrar na faculdade, para mim, foi a realização de um grande sonho. Foi maravilhoso concretizar uma meta antiga e a conexão com minha mentora foi tão forte, que a experiência com a Alumna me marcou em muitos pontos. Nossa história de vida e interesses são muito parecidos”, definiu Ana. “Ali, a gente formou uma rede de apoio com todas as pessoas que participaram. Não existia ar de competição, como na universidade. No projeto, era uma levantando a outra e estimulando a ser melhor, foi incrível”, acrescentou a universitária, que conquistou vaga de estágio na Embraer, com apoio e orientação da mentora, Thais Bessa.

Especialista em gênero e pesquisadora do governo norte-americano, Thais Bessa também cursou RI na UnB. A mentora da Alumna sempre atuou em desenvolvimento internacional e assistência humanitária e mora fora do Brasil desde 2007. “Sou a primeira geração da minha família a ingressar na universidade. Era aluna de baixa renda, sem cota e num curso extremamente elitista. Lembro que foi muito difícil”, relata Thais. “Sempre me dispus a auxiliar estudantes que me procuravam e achei a proposta maravilhosa por poder ampliar a visão de mundo e inspirar as alunas”.

Apesar das dificuldades, Thais conta que não cogitou desistir, mas que sentiu falta de orientação. “Nunca tive apoio para escrever currículo, me preparar para entrevista, receber orientação para o mercado. Senti muita falta”, relata. “Quando vi a vaga na Embraer, o primeiro passo era fazer uma carta motivacional, e a Thais ajudou bastante a me polir. Ajudou a enxergar minhas conquistas, a extrair pontos positivos do que eu tinha feito. Esse polimento foi fundamental no processo seletivo”, recorda Ana.

Resultados

Em pouco mais de um ano, a Alumna saltou de 25 participantes, na turma 1, para 180 participantes, na turma 2, sendo 90 alunas de graduação de todo o país e 90 mentoras experientes nas mais diversas carreiras. Entre as primeiras mentoradas, 70% terminaram o programa empregadas ou estagiando, 90% delas disseram estar mais confiantes em relação à carreira após a mentoria e 100% das participantes recomendariam a Alumna.

“Nossa meta é impactar 10 mil alunas de graduação até 2025. Para alcançá-la, buscamos empresas e organizações parceiras que queiram acelerar a equidade de gênero e raça no mercado de trabalho”, pontua Larissa Ushizima, CEO e co-fundadora do programa.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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