Já adotado em alguns estados e municípios, o passaporte da vacinação, que veta a entrada de pessoas que não se vacinaram em determinados locais, segue rendendo confusão em todo o país. Nesta quarta-feira (20/10), uma sessão plenária na Câmara Municipal de Porto Alegre, que discutia o veto da prefeitura da cidade à exigência do comprovante da vacina contra a covid-19, precisou ser interrompida após confusão entre vereadores e manifestantes contrários à medida, que assistiam a sessão.
A confusão começou depois que o presidente interino da Câmara Municipal, vereador Idenir Cecchim (MDB), pediu para que manifestantes que seguravam um cartaz com símbolo nazista fossem retirados do plenário. "Retire essa senhora do recinto que ela não merece estar aqui. [...] Não me obriguem a pedir a retirada de todo mundo", disse.
O presidente interino pediu para que os vereadores voltassem aos seus lugares, mas a confusão já havia se instalado. Os vereadores pediram para que a segurança interviesse, já que integrantes da assembleia estavam sendo agredidos.
O presidente em exercício e a Mesa Diretora da Casa repudiaram os atos violentos que aconteceram no plenário por meio de nota oficial. "Este Legislativo rejeita qualquer forma de intimidação contra seus integrantes. Em hipótese alguma esta Câmara aceitará apologia à suástica, símbolo do período mais obscuro da história moderna da humanidade", diz o texto.
Passaporte vacinal
Em boletins recentes, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) defenderam a adoção da medida como importante estratégia para estimular e ampliar a vacinação no país. Na contramão do que dizem os especialistas, o presidente Jair Bolsonaro diz que se depender do governo federal, não haverá passaporte de vacinação.
Até o momento, o governo federal não instituiu diretrizes para a adoção da medida. A ausência de normas em nível nacional, segundo os pesquisadores, propicia um cenário de instabilidade e incita a judicialização do tema.