Sangramento pela boca, hematomas no abdômen e fraturas na clavícula e nas costelas: este foi o saldo de uma série de agressões contra uma bebê de apenas dois meses de vida. O caso ocorreu na cidade de Anápolis, Goiás, em julho deste ano. A criança ficou internada durante cinco dias no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) após as agressões.
Nesta terça-feira (19/10), a Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) prendeu a acusada pelos crimes: a própria mãe da criança. A mulher tem apenas 18 anos e a prisão, de acordo com informações da corporação, foi realizada para evitar novos episódios de violência contra a criança.
“A autoridade policial representou pelo mandado ao Poder Judiciário como forma de garantir a ordem pública, tendo em vista a gravidade concreta do caso e a possibilidade de reiteração criminosa, já que a suposta autora do crime tem hierarquia direta sobre a infante e foi apontada como de temperamento impulsivo e explosivo, no âmbito doméstico”, diz a nota.
As investigações sobre o caso não acabaram. A PCGO fará mais exames junto ao Instituto Médico Legal (IML) para definir a extensão das lesões sofridas pela bebê e ouvirá mais testemunhas sobre o caso.
Realidade violenta
Em matéria publicada pelo Correio Braziliense em maio deste ano, um importante alerta sobre a violência contra crianças foi dado: o Disque 100, serviço de denúncias do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, registrou 95.247 denúncias em 2020 contra 86.800 em 2019. Este é o maior patamar desde 2013. No Distrito Federal houve um aumento de 236,13% nas denúncias em 2020, segundo a Secretaria de Justiça (Sejus). A maior parte delas relacionada a negligência.
A média é de quase 11 denúncias por hora. Mas o número pode ser muito maior devido a baixa notificação. A maior parte das agressões acontecem no ambiente familiar, o que dificulta que sejam identificados. Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), 60% das agressões acontecem dentro de casa.