Em meio à pandemia da covid-19, ainda diante de uma emergência de saúde pública, o Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira (18/10) o programa ‘SOS de Ponta’ para capacitar 10 mil profissionais de saúde, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem, buscando o atendimento de pacientes em situações de urgência, emergência e catástrofe.
Para isso, a pasta promete investir R$ 14,3 milhões na capacitação, que ocorrerá na modalidade presencial e também remotamente, e que será operacionalizada pela Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES).
“Nós sabemos que nas urgências e emergências é onde existe o risco maior de morte e nós precisamos qualificar melhor aqueles que estão na ponta para atender melhor essas situações. Especialmente na minha área, de cardiologia. Muitos não sabem atender de maneira adequada uma parada cardiorrespiratória”, ressaltou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que esteve presente no lançamento da ação.
Para o ministro, a grande lição da pandemia da covid-19 foi o fortalecimento do sistema de saúde do Brasil. Queiroga prometeu que este incremento também estará presente neste ano. “No ano de 2020, nós tivemos créditos extraordinários superiores a R$ 50 bilhões. No ano de 2021, teremos novamente um reforço acima de R$ 50 bilhões no orçamento do Ministério da Saúde”, disse.
Além do curso de capacitação dos profissionais que lidam com emergências, também está prevista uma atualização dos protocolos de suporte básico e avançado à vida do Samu.
Liberdade e autonomia
No evento, o ministro da Saúde também voltou a defender a autonomia na relação entre médico e paciente e a falar na liberdade dos cidadãos em relação a políticas públicas de saúde. “O governo do presidente (Jair) Bolsonaro é um governo que defende fortemente a vida, desde a sua concepção, mas é um governo que defende fortemente a liberdade. Nós queremos que as pessoas livremente possam ter acesso às políticas públicas de saúde, como por exemplo a política de vacinação”, disse.
Apesar de não citar que é expressamente contra a obrigatoriedade da vacinação contra a covid-19, a fala vai ao encontro do que diz o presidente Bolsonaro. Recentemente, o chefe do Planalto criticou a adoção do passaporte de vacinação e indicou que o governo federal não apoiará a medida já implementada por alguns estados.
"Quero dizer que naquilo que depender do governo federal, nós não temos passaporte da covid. Nunca apoiamos medidas restritivas. Sempre estivemos ao lado da liberdade, do direito de ir e vir, do direito ao trabalho e da liberdade religiosa", alegou durante discurso feito em uma viagem a Maringá (PR), no início do mês.