A Justiça Militar da União condenou, na madrugada desta quinta-feira (14/10), oito militares do Exército pela morte do músico Evaldo Rosa, de 46 anos, e do catador Luciano Macedo, de 27 anos, em 2019.
O tenente responsável pela ação foi condenado a 31 anos e seis meses de prisão em regime fechado. Os outros sete militares foram condenados a 28 anos de prisão em regime fechado por duplo homicídio e tentativa de homicídio. Os oito foram expulsos da corporação. Outros quatro militares, que não dispararam as armas no dia do crime, foram absolvidos pela justiça.
O julgamento durou mais de 15 horas e terminou com a condenação por três votos a dois. Os réus respondem em liberdade até que o caso transite em julgado, ou seja, até que se esgotem os recursos.
A defesa dos militares alegou que Evaldo teria disparado do carro e que eles agiram em legítima defesa, mas o jurados não aceitaram a tese.
Caso Evaldo
Evaldo e Luciano morreram durante uma ação de rotina feita pela corporação na região de Guadalupe, Zona Oeste do Rio de Janeiro, em 7 de abril de 2019. De acordo com os militares, eles flagraram um grupo roubando um carro e dispararam com fuzil contra os criminosos, que fugiram em dois carros, sendo um deles um Ford Ka branco.
Ali perto, estavam Evaldo, a esposa e o filho de sete anos, o sogro e uma amiga em um outro Ford Ka branco. Eles estavam indo para um chá de bebê.
Dois disparos dos militares acertaram o carro em que estava a família. Um atingiu Evaldo, o outro atingiu o sogro dele. A esposa desceu do carro para pedir socorro e Luciano, que estava ali perto, foi ajudar a família. Foi quando os militares voltaram a disparar.
Segundo a perícia, foram ao menos 82 disparos, 62 deles atingiram o carro. Evaldo morreu com nove tiros e Luciano foi atingido por três disparos nas costas. Ao todo, foram disparados 257 tiros na operação.
Saiba Mais