O primeiro lote de vacinas contra a covid-19 do segundo contrato com a farmacêutica Pfizer chegou ao Brasil ontem. São 1,989 milhão de doses do imunizante ComiRNAty, vindo de Amsterdam, na Holanda, segundo o laboratório. “Pousou no aeroporto de Viracopos (Campinas-SP), por volta das 4h50 deste sábado. A previsão é que sejam entregues 100 milhões de doses do imunizante entre outubro e dezembro. A carga foi despachada para o centro de distribuição do Ministério da Saúde, em Guarulhos (SP), por volta das 9h50”, destaca a empresa.
As doses serão encaminhadas aos mais de 38 mil postos de vacinação do país. De acordo com a Pfizer, até o fim de 2021, no total, o Brasil receberá 200 milhões de doses, como resultado de dois contratos assinados com o país. No primeiro, fechado com o Ministério da Saúde em março, chegaram 100 milhões de doses, até o último mês de setembro. O segundo foi firmado em 14 de maio. As doses enviadas ao Brasil foram produzidas em duas fábricas nos Estados Unidos, Kalamazoo e McPherson, além de uma fábrica na Europa, Purrs, na Bélgica.
A logística de entrega das doses ao governo federal tem o apoio da Receita Federal, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Ainda no terminal de Viracopos, equipes da Receita iniciam o desembarque sobre nuvens, que permite a antecipação da conferência e liberação da carga — o processo entre a abertura da porta de carga do avião e liberação do caminhão ocorre em até 20 minutos. Após a liberação em Viracopos, equipes escoltam o transporte rodoviário das doses até Guarulhos (SP).
Janssen
Apesar de ter registro apenas para uso emergencial no Brasil, a vacina de dose única da Janssen ganhou maior prazo de validade. A Anvisa ampliou de quatro meses e meio para seis meses a validade para os imunizantes que estejam armazenados entre 2°C e 8°C. A extensão foi aprovada por unanimidade no conselho da agência. Somente este imunizante de dose única é aprovado no Brasil com licença de emergência e está autorizado para uso desde 31 de março no país.
A relatora e diretora de medicamentos da Anvisa, Meiruze Sousa Freitas, afirmou que, até o momento, a vacina da Janssen contra a covid-19 atende às expectativas para a ampliação do prazo de validade no uso emergencial. Contudo, a relatora afirma que a extensão está condicionada ao compromisso da empresa em atualizar os bancos de dados da reguladora. “Com a ampliação, fomentaremos o acesso a mais uma vacina para o portfólio de ferramentas médicas de combate a essa pandemia, mantendo nosso inabalável compromisso com a saúde pública”, escreveu a diretora.
CoronaVac
O Instituto Butantan afirmou que enviou à Anvisa em 20 de novembro de 2020 parte da documentação necessária para oficializar o pedido de registro definitivo da CoronaVac. A entidade detalhou ainda que foi o primeiro instituto brasileiro a firmar parceria internacional para disponibilizar um imunizante eficaz e seguro no Brasil e, a partir daí, o diálogo com a agência reguladora foi constante.
Em nota, a instituição apontou que, a partir do envio da primeira parte dos dados de imunogenicidade da CoronaVac no ano passado, “iniciou-se a discussão sobre as metodologias utilizadas, o que fez com que houvesse atraso nos resultados dos testes de imunogenicidade. Se houvesse tido consenso nos métodos propostos pelo instituto, o processo já estaria concluído e o registro definitivo do imunizante já teria sido concedido”.
Anteriormente, a Anvisa informou que não concede registro de vacina por iniciativa própria. Segundo a entidade, é papel do laboratório fazer o pedido de regulação definitiva. Segundo a agência, o Butantan não enviou documentação e por isso não há análise de registro em andamento.