No mesmo dia em que o país chegou à marca de 600 mil mortes pela covid-19, o Ministério da Saúde anunciou que planeja contar com 354 milhões de vacinas em 2022. Esse lote seria utilizado para reforçar a imunização dos brasileiros com o esquema vacinal completo em 2021 e proteger crianças com menos de 12 anos, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorize a aplicação de algum imunizante neste grupo. A soma de vacinas para o ano que vem leva em conta um quantitativo de 134 milhões de doses que ficarão remasnescentes este ano, mais 100 milhões de doses do imunizante da Pfizer e outras 120 milhões de doses da vacina da AstraZeneca que serão compradas pela pasta.
Segundo o Ministério da Saúde, essas doses serão usadas da seguinte forma, a princípio: os idosos com mais de 60 anos e as pessoas imunossuprimidas terão mais duas doses de reforço em 2022, enquanto a população de 18 a 59 anos receberá uma dose para reforçar a imunização já concluída este ano. Essas doses de reforço serão aplicadas seis meses após a conclusão do esquema vacinal ou da aplicação da dose adicional, no caso dos idosos e imunossuprimidos que começaram a receber, ainda este ano, mais uma dose do imunizante contra a covid-19. O Ministério da Saúde ainda avalia a necessidade de uma dose de reforço para adolescentes de 12 a 17 anos.
“Tudo é muito novo, e nessa população acima de 12 anos, nós não sabemos ainda se haverá necessidade de dose de reforço”, disse a secretária especial de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite. Além disso, se houver a ampliação do público-alvo e o uso da vacina for autorizado pela Anvisa em crianças de seis meses a 12 anos, a pasta garante ter vacinas para imunizar essa parcela da população. Segundo o Ministério da Saúde, esse público é estimado em 35,1 milhões de pessoas. Seriam necessárias 70 milhões de doses, já que o governo prevê duas aplicações para cada brasileiro.
Para garantir esses imunizantes, a pasta vai desembolsar R$ 11 bilhões. Os recursos serão direcionados para a aquisição de novas remessas da Pfizer e da AstraZeneca. “Grande parte (dessas vacinas) será adquirida em 2021”, explicou o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A escolha pelos dois fabricantes leva em conta o fato de os dois imunizantes terem registro definitivo na Anvisa.
Por isso, estão descartadas uma nova compra a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan no Brasil, e a vacina da Janssen, ambas compradas pelo Ministério da Saúde este ano, mas que só possuem autorização para uso emergencial. A pasta não informou a qual farmacêutica pertencem as 134 milhões de vacinas restantes, que sobrarão e serão utilizadas no ano que vem.
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Faixa etária
Outro ponto anunciado em relação a 2022 é que a vacinação deixará de seguir o critério de grupos prioritários. Será considerada, nesta nova etapa, a faixa etária decrescente. “No ano de 2020, através do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra Covid-19, se estabeleceram grupos prioritários. Isso gerou muito tumulto, e essa questão era por causa de doses. Hoje nós temos doses suficientes, a vacinação por faixa etária é mais simples e vai diminuir toda essa disputa em relação a grupos prioritários”, justificou Queiroga.
O secretário-executivo da pasta, Rodrigo Cruz, explicou que os planos para a vacinação contra a covid-19 em 2022 podem mudar diante de novos estudos e evidências. "Esse é um planejamento que temos hoje, lembrando que está sujeito a alteração, devido ao surgimento de novas evidências. E caso mostre a necessidade de mais vacinas, já temos os instrumentos para comprar”, esclareceu.