A Polícia Civil prendeu, nesta quarta-feira (27/10), 19 pessoas suspeitas de fraudar históricos escolares na hora de fazer transferências externas, entre faculdades, para o curso de medicina da Universidade Rio Verde (UniRV), no interior do Goiás.
As investigações começaram após uma denúncia da própria instituição que alegava suspeita na autenticidade dos documentos apresentados por instituições de ensino superior brasileiras. Dos presos, 17 foram em Goianésia (GO), um em Formosa (GO) e um em Barreiras, na Bahia.
Ao longo da apuração, foi identificado que alguns dos estudantes não haviam cursado medicina antes, e parte deles havia estudado no Paraguai. “A maioria das faculdades não aceita transferência do Paraguai para o Brasil, motivo pelo qual as investigações apontam que eles falsificaram os documentos” explicou o delegado do caso, Danilo Fabiano.
Os estudantes pagavam em torno de R$40 mil a R$50 mil pelos documentos falsos. A maioria das transferências foram feitas para os períodos finais do curso, estudantes que nunca estudaram medicina iam direto para quinto e sexto semestre. “Alguns desses alunos presos estavam na fase do internato, ou seja, atendendo a comunidade na prestação pública de serviço médico e de emergência", diz o delegado.
Quatro dos suspeitos eram da mesma família, sendo uma mulher, os dois filhos dela e o irmão. O delegado conta que quatro casais também estavam envolvidos.
A investigação apontou para uma possível associação criminosa, tendo em vista que os alunos agiam juntos. A polícia ainda investiga quem era o responsável por fazer a falsificação e outros possíveis alunos que se beneficiaram da fraude.
Os suspeitos irão responder pelos crimes de falsificação ideológica, uso de documento falso, associação criminosa e perigo a vida ou saúde de outrem.
Em nota, a Universidade Rio Verde disse ter “fortes indícios" da falsificação que inclui “históricos escolares e demais impressos necessários à comprovação de matrícula e como aluno regular em cursos de graduação de medicina em Instituição de Ensino brasileiro pública ou privada reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC). Ao perceber que havia algo irregular, a instituição entrou em contato com as autoridades que orientaram a continuar os processos de transferência para não atrapalhar as investigações".
A Polícia Civil de Goiás não divulgou o nome dos investigados.
*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori
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