EDUCAÇÃO

Enem 2021: a menos de um mês da prova, candidatos intensificam estudos

Às vésperas da prova, candidatos aproveitam os dias restantes para acelerar a preparação para o vestibular mais disputado do país. Mais de 4 milhões de estudantes do ensino médio devem fazer o exame

Ana Maria Pol
postado em 25/10/2021 06:00 / atualizado em 01/11/2021 12:14
 (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
(crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Nos próximos dias 21 e 28 de novembro, estudantes do Brasil inteiro participarão do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), responsável por abrir portas para o ensino superior, tanto público quanto privado. Às vésperas da prova, os participantes intensificam os estudos e aproveitam os dias restantes como preparação para o vestibular mais disputado do país. É o caso da estudante do 3º ano do ensino médio do colégio Sigma Akemi Letícia Morita Okamura, 17 anos, que pretende cursar medicina na Universidade de Brasília (UnB).

Akemi faz parte dos 4.004.764 estudantes do país que tiveram a inscrição confirmada para o exame deste ano. Destes, 3.903.664 farão a prova impressa e 101.100 participarão do Enem Digital. A estudante conta que optou pela prova presencial e que, apesar da concorrência, tem mantido a confiança. “Eu sempre tive dificuldade em algumas matérias e sempre me esquivei para não ter que enfrentar essas questões, mas, neste último ano, tentei focar nas coisas que não tinha muito conhecimento para ter mais tranquilidade na hora de realizar a prova”, conta.

Para manter o otimismo, a estudante explica que o apoio dos pais, professores e colegas foi fundamental. “Acho que é importante ter apoio deles e sempre conversar, nunca ficar preso no pensamento de ineficiência, de que a gente não vai conseguir. E, de fato, é preciso estudar, se concentrar”, pontua. Akemi conta que percebeu que precisava se esforçar mais quando entrou no ensino médio, após fazer a primeira prova do Enem no 9º ano, como experiência.

“Até então, estávamos mais livres para ficar na escola, frequentar os plantões de dúvida. Eu estava na minha zona de conforto e não via o quanto precisava estudar. Mas, depois, comecei a me esforçar e, desde a pandemia, vi que é muito mais difícil estudar sozinha, em casa”, constata.

Desde então, a estudante estabeleceu o objetivo de fazer o exame durante todo o ano do ensino médio, além do esforço que procura ter no dia a dia. “Eu estou fazendo muitas questões de provas do Enem antigas, fazendo uso de apostilas e dicas que os professores passam. Tento gabaritar tudo, tirar dúvidas e treinar bastante”, explica.

Concentração é uma das palavras que gira a mente daqueles que estão prestes a concorrer a uma vaga na universidade. No caso de Akemi, foi preciso encontrar alternativas para manter o foco. Dentre elas, a atividade física. “Eu gosto muito de fazer exercício físico, praticar esporte para espairecer. Mesmo na pandemia, mantive essa prática, que me ajuda a combater a ansiedade, por exemplo”, garante.

Ansiedade

A psicóloga e professora do Centro Universitário Iesb Karen Domingues, explica que os exercícios físicos são uma boa pedida para os estudantes que estão se preparando para o Enem. “Na adolescência, normalmente, temos alterações hormonais profundas, que naturalmente levam a um estado de ansiedade maior ou, às vezes, estados depressivos que são bem normais. Então, os cuidados se redobram. Atividade física, do agrado do jovem, seja caminhada, skate, natação, pode ajudar”, diz.

Apesar de importante, Karen faz ressalvas quanto à prática de exercícios. “Não pode ser nada com muito compromisso, porque uma vez que a atividade física se torna uma preocupação maior e pede mais disciplina do estudante, pode se tornar uma sobrecarga”, pontua. De acordo com a psicóloga, além das atividades físicas, é preciso haver momentos de lazer, com restrições. “Deve-se evitar, em momentos de lazer compartilhados, fazer uso de substâncias lícitas, e não lícitas, como objetos de fuga das preocupações e anseios”, ressalta.

Às vésperas da prova, a psicóloga reforça o cuidado com a sobrecarga. “O estudante deve dividir bem as tarefas e horários de estudos em uma proporção que não leve a tanta ansiedade. Então, não fique supervalorizando seu tempo, no sentido de aumento de horas, de conteúdos. Faça tudo dentro da sua própria medida, e não na medida do outro”, pontua. De acordo com Karen, a família tem um importante papel nesse processo. “É preciso que observem que é um momento de estresse do sistema, e não do jovem. Então, os pais e irmãos devem cobrar, criticar menos e fazer coisas que harmonizem o sistema familiar. Algumas verdades, confrontos, críticas, devem ser evitados, com a consciência de que esse momento, de provas, não deve- se tentar resolver problemas”, diz.

Na reta final, esforço e concentração

No Distrito Federal, 82.761 estudantes devem realizar a prova, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Destes, 78.761 farão a prova na versão impressa e 4.000, na versão digital. Os participantes farão provas de quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias, que, ao todo, somam 180 questões objetivas. Os estudantes também são avaliados por meio de uma redação, que exige o desenvolvimento de um texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação-problema.

Em preparação para o exame, a estudante do 3º ano do Ensino Médio Júlia Porto conta que tem se esforçado nas áreas do conhecimento que considera de maior dificuldade. “Eu sou uma estudante que se dá bem com a área de humanas. Eu me identifico muito com as disciplinas de história e geografia, por exemplo. Então, como sabia das minhas dificuldades nas áreas de matemática e tecnologias, dei um foco maior nelas no início, fui vendo video-aulas, fazendo bastante exercícios e tirando minhas dúvidas com os professores”, explica.

Todo esforço e concentração de Júlia tem um único objetivo: fazer com que seja aprovada na UnB para o curso de relações internacionais. Há menos de um mês da prova, ela conta que tem focado em temas que restam dúvidas. De acordo com a estudante, houve certo prejuízo de aprendizagem devido à pandemia da covid-19. “A minha maior dificuldade foi ter que passar um período com aula on-line, porque isso é muito difícil. Eu percebi que rendo mais no presencial, e isso foi um ponto que afetou os meus estudos”, lamenta.

Rotina de estudos

Enquanto a prova não chega, a coordenadora de Educação Básica da União Brasileira de Educação Católica (Ubec), grupo que administra a Universidade Católica de Brasília, Olga Freitas, dá a dica para os estudantes: “A preparação para o Enem requer um bom aproveitamento do tempo. Por isso, criar um cronograma de estudos ajuda muito. É preciso verificar os conteúdos e disciplinas que serão cobrados, e definir os horários para cada uma delas ao longo das semanas”, diz.

De acordo com Olga, é preciso considerar, na definição desses horários, a dedicação de mais tempo para as disciplinas em que o estudante tem maior dificuldade ou que sejam mais complexas. “Para facilitar o cumprimento da rotina, o cronograma pode ser fixado em um local de destaque, no espaço destinado aos estudos. E, para evitar que outras atividades ocupem ou invadam o tempo destinado ao estudo, vale registrar também as demais atividades diárias no quadro, de forma que seja possível controlar o tempo”.

Olga recomenda, ainda, que os estudantes desacelerem o ritmo de estudos durante a reta final, apesar das dificuldades em algumas áreas do conhecimento. “O recomendado é que deixem de estudar um ou dois dias antes da prova, para potencializar a chamada visão difusa, que é a concentração por igual entre todos os componentes estudados, o que amplia as análises realizadas pelo cérebro e aumenta a chance de acertos”, diz. De acordo com ela, além da rotina de estudos, algumas ações são importantes, como: separar os documentos necessários para ingresso ao local da prova, fazer pequenas revisões de conteúdo, praticar atividades físicas leves, se alimentar e dormir bem. “Lembrando que o sono de ondas profundas ajuda a consolidar a memória”, completa.


Veja local e hora do Enem

»Local de Prova: O local de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 é informado por um cartão de confirmação, mas, até agora, esse documento ainda não foi divulgado. Para acessá-lo, é preciso ir até a Página do Participante, no site do Inep, colocar o CPF e senha. A recomendação é que o cartão seja impresso ao ir fazer o Enem, para não haver qualquer risco de confusão.

»Hora da Prova: O Enem será dividido em provas que acontecerão em dois dias distintos, com o mesmo horário de início. Os participantes devem chegar ao local da prova com antecedência, já que os portões abrem às 12 horas e fecham às 13h (horário de Brasília). O que muda entre os dois dias é o tempo de duração da prova. Confira o cronograma:

»Primeiro dia: ocorre em 21 de novembro, e o candidato responde a 90 questões objetivas, sendo 45 questões das disciplinas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e outras 45 questões das disciplinas de Ciências Humanas e suas Tecnologias, além da redação dissertativa-argumentativa.

»Horário de saída sem o caderno: Após as 15h30;

»Horário de saída com o caderno: Após as 18h30;

»Segundo dia: ocorre em 28 de novembro, e o candidato responde a 90 questões de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias, tendo cada uma das áreas 45 questões objetivas.

»Horário de saída sem o caderno: Após as 15h30;

» Horário de saída com o caderno: Após as 18h30.


Dicas

» Organize um cronograma de estudos
» Prepare um espaço específico para estudar
» Priorize os conteúdos que você mais tem dificuldade
» Faça provas de exames anteriores
» Mantenha-se atualizado com notícias e informações
» Tenha fontes alternativas de estudo
» Exercite a redação
» Procure estudar em grupos
» Cuide da saúde do corpo e da mente

* Fonte: Olga Freitas - coordenadora de Educação Básica da União Brasileira de Educação Católica (Ubec), grupo que administra a Universidade Católica de Brasília.

Acesso à universidade

Instituído em 1998 com o objetivo de avaliar o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica, o Enem aperfeiçoou sua metodologia em 2009 e passou a ser utilizado como mecanismo de acesso à educação superior. Desde 2020, o participante pode escolher entre fazer o exame impresso ou o Enem Digital, com provas aplicadas em computadores em locais definidos pelo Inep.

As notas do exame podem ser usadas para acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (ProUni). Elas também são aceitas em mais de 50 instituições de educação superior portuguesas. Além disso, os participantes do Enem podem pleitear financiamento estudantil em programas do governo, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados do Enem possibilitam, ainda, o desenvolvimento de estudos e indicadores educacionais.

Qualquer pessoa que já concluiu o ensino médio ou está concluindo a etapa pode fazer o Enem para ter acesso à educação superior. Os participantes que ainda não concluíram o ensino médio podem participar como “treineiros” e seus resultados no exame servem somente para autoavaliação de conhecimentos.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Acesso à universidade

Instituído em 1998 com o objetivo de avaliar o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica, o Enem aperfeiçoou sua metodologia em 2009 e passou a ser utilizado como mecanismo de acesso à educação superior. Desde 2020, o participante pode escolher entre fazer o exame impresso ou o Enem Digital, com provas aplicadas em computadores em locais definidos pelo Inep.

As notas do exame podem ser usadas para acesso ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e ao Programa Universidade para Todos (ProUni). Elas também são aceitas em mais de 50 instituições de educação superior portuguesas. Além disso, os participantes do Enem podem pleitear financiamento estudantil em programas do governo, como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Os resultados do Enem possibilitam, ainda, o desenvolvimento de estudos e indicadores educacionais.

Qualquer pessoa que já concluiu o ensino médio ou está concluindo a etapa pode fazer o Enem para ter acesso à educação superior. Os participantes que ainda não concluíram o ensino médio podem participar como “treineiros” e seus resultados no exame servem somente para autoavaliação de conhecimentos.

Na reta final, esforço e concentração

No Distrito Federal, 82.761 estudantes devem realizar a prova, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Destes, 78.761 farão a prova na versão impressa e 4.000, na versão digital. Os participantes farão provas de quatro áreas de conhecimento: linguagens, códigos e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; ciências da natureza e suas tecnologias; e matemática e suas tecnologias, que, ao todo, somam 180 questões objetivas. Os estudantes também são avaliados por meio de uma redação, que exige o desenvolvimento de um texto dissertativo-argumentativo a partir de uma situação-problema.

Em preparação para o exame, a estudante do 3º ano do Ensino Médio Júlia Porto conta que tem se esforçado nas áreas do conhecimento que considera de maior dificuldade. “Eu sou uma estudante que se dá bem com a área de humanas. Eu me identifico muito com as disciplinas de história e geografia, por exemplo. Então, como sabia das minhas dificuldades nas áreas de matemática e tecnologias, dei um foco maior nelas no início, fui vendo video-aulas, fazendo bastante exercícios e tirando minhas dúvidas com os professores”, explica.

Todo esforço e concentração de Júlia tem um único objetivo: fazer com que seja aprovada na UnB para o curso de relações internacionais. Há menos de um mês da prova, ela conta que tem focado em temas que restam dúvidas. De acordo com a estudante, houve certo prejuízo de aprendizagem devido à pandemia da covid-19. “A minha maior dificuldade foi ter que passar um período com aula on-line, porque isso é muito difícil. Eu percebi que rendo mais no presencial, e isso foi um ponto que afetou os meus estudos”, lamenta.

Rotina de estudos

Enquanto a prova não chega, a coordenadora de Educação Básica da União Brasileira de Educação Católica (Ubec), grupo que administra a Universidade Católica de Brasília, Olga Freitas, dá a dica para os estudantes: “A preparação para o Enem requer um bom aproveitamento do tempo. Por isso, criar um cronograma de estudos ajuda muito. É preciso verificar os conteúdos e disciplinas que serão cobrados, e definir os horários para cada uma delas ao longo das semanas”, diz.

De acordo com Olga, é preciso considerar, na definição desses horários, a dedicação de mais tempo para as disciplinas em que o estudante tem maior dificuldade ou que sejam mais complexas. “Para facilitar o cumprimento da rotina, o cronograma pode ser fixado em um local de destaque, no espaço destinado aos estudos. E, para evitar que outras atividades ocupem ou invadam o tempo destinado ao estudo, vale registrar também as demais atividades diárias no quadro, de forma que seja possível controlar o tempo”.

Olga recomenda, ainda, que os estudantes desacelerem o ritmo de estudos durante a reta final, apesar das dificuldades em algumas áreas do conhecimento. “O recomendado é que deixem de estudar um ou dois dias antes da prova, para potencializar a chamada visão difusa, que é a concentração por igual entre todos os componentes estudados, o que amplia as análises realizadas pelo cérebro e aumenta a chance de acertos”, diz. De acordo com ela, além da rotina de estudos, algumas ações são importantes, como: separar os documentos necessários para ingresso ao local da prova, fazer pequenas revisões de conteúdo, praticar atividades físicas leves, se alimentar e dormir bem. “Lembrando que o sono de ondas profundas ajuda a consolidar a memória”, completa.


Veja local e hora do Enem

»Local de Prova: O local de prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 é informado por um cartão de confirmação, mas, até agora, esse documento ainda não foi divulgado. Para acessá-lo, é preciso ir até a Página do Participante, no site do Inep, colocar o CPF e senha. A recomendação é que o cartão seja impresso ao ir fazer o Enem, para não haver qualquer risco de confusão.

»Hora da Prova: O Enem será dividido em provas que acontecerão em dois dias distintos, com o mesmo horário de início. Os participantes devem chegar ao local da prova com antecedência, já que os portões abrem às 12 horas e fecham às 13h (horário de Brasília). O que muda entre os dois dias é o tempo de duração da prova. Confira o cronograma:

»Primeiro dia: ocorre em 21 de novembro, e o candidato responde a 90 questões objetivas, sendo 45 questões das disciplinas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e outras 45 questões das disciplinas de Ciências Humanas e suas Tecnologias, além da redação dissertativa-argumentativa.

»Horário de saída sem o caderno: Após as 15h30;

»Horário de saída com o caderno: Após as 18h30;

»Segundo dia: ocorre em 28 de novembro, e o candidato responde a 90 questões de Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias, tendo cada uma das áreas 45 questões objetivas.

»Horário de saída sem o caderno: Após as 15h30;

» Horário de saída com o caderno: Após as 18h30.


Dicas

» Organize um cronograma de estudos
» Prepare um espaço específico para estudar
» Priorize os conteúdos que você mais tem dificuldade
» Faça provas de exames anteriores
» Mantenha-se atualizado com notícias e informações
» Tenha fontes alternativas de estudo
» Exercite a redação
» Procure estudar em grupos
» Cuide da saúde do corpo e da mente

* Fonte: Olga Freitas - coordenadora de Educação Básica da União Brasileira de Educação Católica (Ubec), grupo que administra a Universidade Católica de Brasília.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação