Carlos Massatoshi Higa, de 72 anos, contraiu o vírus da covid-19 e precisou ficar intubado durante quase 200 dias em um hospital particular localizado na zona norte de São Paulo (SP). Após receber alta da equipe médica, nesta segunda-feira (4/10), o idoso recebeu a notícia de uma dívida de R$ 2,6 milhões. As informações são do portal G1.
O idoso foi internado em 27 de março no Hospital São Camilo. Segundo a família de Carlos, não havia vaga disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
"Faltou vaga em hospital público. Faltava até medicamento para intubação. No desespero, fomos direto para o particular, mas eu sabia que não tinha vaga no Hospital Geral Vila Penteado", explica a professora da rede municipal e doutora em microbiologia Juliana Suyama Higa.
Juliana, filha de Carlos, conta que o pai passou mais de 100 dias com ventilação mecânica e traqueostomia. "Os médicos desenganaram várias vezes, falaram que o caso era complicado e que era para prepararmos a família. Ele ainda teve de fazer hemodiálise constante com um equipamento chamado prisma, e o aluguel é caríssimo”.
Apesar de ter recebido a primeira dose do imunizante contra covid quando foi diagnosticado com a doença, ele passou quatro meses na UTI. "Quando voltou para o quarto, teve duas convulsões e um AVC e teve de voltar para a UTI. Saiu de novo dias depois, teve outra complicação e teve de voltar e aí foi outra semana na UTI", diz Juliana.
Ela ainda alega que, após apresentar uma breve melhora no quadro clínico, tentou transferir seu pai para um hospital público na tentativa de reduzir os custos. No entanto, a chance de uma nova infecção por covid-19 impediu que eles realizassem os planos.
Com a alta, além da dívida no hospital particular, a família Higa precisa pagar o tratamento para que Carlos recupere a fala e os movimentos das pernas. Nesta etapa, ele precisa de cuidados com fonoaudiólogo e fisioterapeuta.
Agora, os familiares do idoso contam com a solidariedade das pessoas em uma vaquinha online. De acordo com Juliana, as doações serão utilizadas para custear a última internação e pagar os custos pós-internação. “Não temos mais condições. Mas é uma vida e vida não tem preço”, concluiu.
O grupo hospitalar se pronunciou em nota sobre o caso. "A Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo oferta serviços particulares de forma transparente e com custos compatíveis com o mercado. O acometimento por Covid-19, no entanto, pode implicar em internações de longa permanência, com valores notoriamente altos. No caso em questão, as informações eram atualizadas constantemente à família. A instituição reforça sua missão de cuidar e valorizar a vida, priorizando a excelência dos serviços prestados, e segue à disposição para quaisquer esclarecimentos."
Saiba Mais
- Cidades DF Ibaneis avaliará dispensa do uso de máscaras só com 70% da população imunizada
- Política FAB abre investigação de militares filiados ao PT
- Cidades DF Em 22 anos, DF tem o menor número de crimes contra a vida para setembro
- Política Aras defende que Bolsonaro possa bloquear seguidores das redes sociais
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.