A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (28/9) a Operação Blindagem Metálica que visa desmontar e investigar uma organização criminosa que teria sonegado R$ 4 bilhões nos últimos cinco anos. O esquema era operado por meio de reciclagem e produção de alumínio em seis estados e no Distrito Federal.
Cerca de 280 policiais foram deslocados para o cumprimento de 61 mandados de busca e apreensão em cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal, Santa Catarina e Minas Gerais. As ordens foram expedidas pela Justiça Federal em Taubaté (SP).
Segundo a PF, a investigação iniciou em 2018 e identificou que CNPJs 'laranjas' eram usados para emitir notas fiscais falsas, simulando compra e venda de sucata de alumínio e alumínio bruto, com o objetivo de gerar créditos fiscais fictícios às empresas do grupo principal investigado.
A investigação também aponta que a organização criminosa tentava expandir o poder econômico, por meio da aquisição de outras empresas do setor para também torná-las sonegadoras. Para burlar os órgãos de fiscalização, o grupo fazia ajustes no fluxo de quantidade de produtos de interesse, notas fiscais, pagamentos e até simulava o transporte de mercadorias inexistentes.
"Para dar maior credibilidade a essas transações de compra e venda, o grupo mantinha um complexo esquema de pagamentos e recebimentos de notas fiscais das empresas "blindadoras" e "noteiras", com o objetivo de simular a operação mercantil e dificultar o rastreamento pelo fisco", explica o Ministério Público Federal, que também participa da investigação ao lado da Receita Federal, Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Os crimes investigados são de sonegação fiscal, falsidade ideológica, uso de documento falso e fraude tributária. As fraudes são estimadas em aproximadamente R$ 800 milhões anuais, sendo que R$ 300 milhões se referem a tributos federais (IPI, PIS e Cofins) e R$ 500 milhões a tributos estaduais (ICMS).
Com informações da Agência Estado.