Uma nuvem de poeira densa e vermelha encobriu parte das cidades do interior de São Paulo, Franca, Ribeirão Preto, Araçatuba, Barretos e Presidente Prudente, na tarde deste domingo (26/9). Moradores compartilharam nas redes sociais imagens surpreendentes.
A tempestade de poeira na tarde deste domingo atingiu municípios mineiros na divisa com São Paulo, como Planura, às margens do Rio Grande. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a cidade de pouco mais de 12 mil habitantes sendo engolida pela tempestade de poeira no fim da tarde. Planura fica a cerca de 180 quilômetros de distância de Franca.
Segundo relatos de moradores a visibilidade ficou baixa e forçou comerciantes a baixarem as portas. Pouco depois da grande nuvem, começou a chover o que ajudou a dissipa-la. Devido à estiagem que atinge a região, os moradores passam por um racionamento de água.
Um usuário compartilhou um vídeo e reclamou: “Tempestade de areia agora em Franca (SP). Bicho está pegando aqui. Sem chuva, rodízio de água, até 2 dias sem água na torneira”.
Segundo a meteorologista Estael Sias, da MetSul, o fenômeno é comum em países da Ásia, onde é conhecido como "haboob". Ele é causado por temporais de chuva com ventos fortes que, ao entrarem em contato com o solo seco, encontram resquícios de queimada, poeira e vegetação, os quais acabam criando um "rolo compressor" de sujeira que pode chegar a até 10 quilômetros de altura.
"Primeiro, vem a nuvem de temporal e tempestade, que gerou a corrente de vento mais horizontal e bagunçou todos esses detritos. Como faz meses que não chove naquela região, tem muita poeira, o solo e a vegetação estão secos, e as queimadas também contribuíram", explica Estael.
Os satélites do Instituto Nacional de Meteorologia mostraram que o município de Franca registrava ventos intensos de até 60 quilômetros neste domingo, 26. A região também estava sob alerta de tempestades com até 30 milímetros de chuva por hora e risco de granizo, como o que atingiu partes da capital paulista na véspera, estragos em plantações, queda de galhos de árvores e de alagamentos.
Apesar de Estael explicar que este é um evento natural devido às condições do clima, ela também aponta que ele é mais característico de países da Ásia e não tão comum ao Sudeste do Brasil. Entretanto, ela diz que o fenômeno tem uma forma de se dissipar sozinho: "O vento que segue da tempestade vai ajudando a espalhar mais essa areia e ela se dissolve, como o processo do nevoeiro, que é lento mas ajudado pelo próprio vento".
*Com agências
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