Um homem lançou uma bomba contra o prédio onde funciona a sede do consulado da China no Rio de Janeiro, em Botafogo (zona sul), na noite de quinta-feira, 16. Ninguém se feriu. O rapaz fugiu correndo, mas a polícia já recolheu imagens de câmeras de monitoramento que registraram a ação e estão tentando identificar o autor do atentado.
O consulado fica na rua Muniz Barreto. Às 21h48, um homem trajando calça, casaco, máscara e boné preto passa caminhando em frente ao prédio, para, tira o artefato do bolso, aciona o explosivo, lança em direção ao edifício e sai correndo. Ninguém se feriu, mas não há informações sobre estragos no imóvel causados pela bomba.
A investigação está a cargo da 10ª DP (Botafogo). Exames periciais foram realizados pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli e pelo Esquadrão Antibomba. A Polícia Civil está ouvindo testemunhas do episódio.
OAB
Por meio de nota, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) repudiou o ataque e apontou que a pandemia de covid-19 acabou gerando uma ascensão de atos xenofóbicos no país: "O ato representa uma agressão ao Estado chinês, o qual se faz presente também em outros estados brasileiros por meio de suas missões estrangeiras no Distrito Federal, em São Paulo e em Pernambuco, que igualmente se tornaram alvos de ameaças e atitudes xenofóbicas, sobretudo após o advento da pandemia da covid-19".
Leia a nota na íntegra:
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, por intermédio de sua Coordenação Nacional das Relações Brasil-China e de sua Comissão Especial Brasil/ONU de Integração Jurídica e Diplomacia Cidadã, e o Conselho Seccional da OAB/Rio de Janeiro, por intermédio de sua Coordenação Estadual das Relações Brasil-China, repudiam o atentado explosivo perpetrado na noite do dia 16 de setembro de 2021 contra o Consulado Geral da República Popular da China, localizado na cidade do Rio de Janeiro.
O ato representa uma agressão ao Estado chinês, o qual se faz presente também em outros estados brasileiros por meio de suas missões estrangeiras no Distrito Federal, em São Paulo e em Pernambuco, que igualmente se tornaram alvos de ameaças e atitudes xenofóbicas, sobretudo após o advento da pandemia da covid-19.
Tais condutas são inadmissíveis e podem macular as relações diplomáticas entre o Brasil e a China, cuja parceria mostra-se profícua e extremamente importante para o desenvolvimento de ambos os países e para o estreitamento de laços respeitosos de amizade que ultrapassam os contextos culturais e econômicos.
A OAB acredita que as autoridades brasileiras conduzirão investigações com a devida seriedade exigida pelo caso, sobretudo em atenção às Convenções de Viena sobre Relações Diplomáticas e sobre Relações Consulares. Da mesma forma, espera que as autoridades brasileiras empenhem esforços e realizem ações preventivas para inibir que tais atos sejam repetidos.
A OAB presta solidariedade à Embaixada da República Popular da China no Brasil, aos Consulados Gerais no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Recife, a todos os diplomatas acreditados e seus familiares, bem como à toda comunidade chinesa no Brasil e seus descendentes.
Com informações da Agência Estado*