O Ministério da Saúde lançou, na manhã desta sexta-feira (17/9), um plano nacional de testagem em massa gratuito da população para a COVID-19. A estimativa é de que, até o fim do ano, 60 milhões de testes sejam distribuídos pelo país por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). A expansão se dá um ano e seis meses após a decretação da pandemia do coronavírus.
O anúncio ocorreu em eventos realizados em seis capitais: Belo Horizonte, Porto Velho (RO), Foz do Iguaçu (PR), Campo Grande MS), Macapá (AP) e Natal (RN), de onde falou o ministro Marcelo Queiroga, com transmissão ao vivo.
O teste de antígeno apresenta o resultado de 15 a 20 minutos. Produzidos pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), eles serão realizados nas unidades de saúde e também em locais com grande circulação de pessoas, como nas fronteiras. Até o fim do ano, o Ministério pretende distribuir 60 milhões de testes. Nesta semana, já foram repassados 2,4 milhões. Os exames serão realizados gratuitamente.
“A tecnologia evoluiu e hoje nós temos os chamados testes rápidos de antígeno, que em 15 minutos fornecem o resultado. Aquele que dá positivo é isolado, o que dá negativo volta as atividade normais. Assim vamos no binômio saúde e economia para que o país volte a crescer”, disse nesta manhã o ministro Queiroga na apresentação do chamado Plano Nacional de Expansão da Testagem para o Novo Coronavírus.
Os testes serão usados para a identificação de pacientes da COVID-19 sintomáticos, assintomáticos, e na Pesquisa de Prevalência de Infecção por COVID-19 no Brasil (PrevCov). Os testes de RT-PCR, cujo resultado é entregue em 24 horas, continuarão sendo aplicados.
Conheça as diferenças entre os principais tipos de teste para detecção da COVID-19
Segundo o Ministério da Saúde, a região Sudeste recebeu 1 milhão de testes. Em Belo Horizonte, a expectativa é de que 250 sejam realizados hoje. Na capital, o evento de lançamento ocorreu no Centro de Referência da Juventude, no Centro.
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, destacou que, além do crescimento da vacinação, é importante o controle e a vigilância dos pacientes sintomáticos. Hoje, com 87% da população vacinada com a primeira dose e 44% com a segunda dose ou dose única contra a COVID-19, segundo o Vacinômetro, o secretário avalia que a iniciativa da testagem em massa chega em um bom momento. “Agora a doença dá sintomas mais leves porque temos boa parte da população já vacinada. Poucos procuram atendimento médico. A gente consegue, então, mitigar a transmissão com a testagem mais ampliada”, analisa.
Ele também comparou os testes disponíveis atualmente e como eles contribuem para o controle da doença. “O teste de antígeno tem uma sensibilidade e especificidade muito alta. O paciente sintomático faz esse teste. Se esse teste dá positivo, ele está com COVID. Se der negativo e ele é ainda sintomático, e está no prazo de fazer o RC-PCR, que é o padrão ouro, ele faz. Ele é um ótimo teste de triagem. É uma estratégia muito boa para os prontos atendimentos e para a vigilância dos contatos daqueles doentes”, explicou Baccheretti. Ele também informou que os testes serão distribuídos para os municípios proporcionalmente à população de cada um.
“Essa testagem é muito oportuna porque permite um rastreamento dos casos poucos sintomáticos. A gente fazia o RT-PCR nos casos muito graves e isso deixava passar uma quantidade de pessoas potencialmente capazes de transmitir o vírus. Com esse teste rápido a gente amplia a capacidade de detecção mais precoce dos casos e de rastreamento de contatos e, assim, uma vigilância epidemiológica que permite um controle maior sobre o número de casos na cidade”, disse o secretário Municipal de Saúde de Belo Horizonte, Jackson Machado, que também falou da distribuição na capital. “Esses testes serão disponibilizados nos centros de atendimento à COVID (Cecovids) e possivelmente também nas unidades básicas de saúde. A ideia é que quanto maior o número de pessoas testadas, maior vai ser nossa percepção da transmissão do vírus na cidade”.
O anúncio do plano de testagem ocorreu no dia seguinte à nota informativa da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à COVID-19, do Ministério da Saúde, revisando a vacinação para adolescentes. A pasta diz que, com isso, passa a recomendar a aplicação da vacina contra a COVID-19 somente em adolescentes que têm entre 12 e 17 anos e que apresentem deficiência permanente, comorbidade ou que estejam privados de liberdade.
Nesta quinta-feira (16/9), tanto a prefeitura da capital quanto o governo de Minas informaram que seguiriam a recomendação. Mas, hoje, ambos os secretários disseram que vão continuar a vacinação dos adolescentes sem comorbidades levando em conta a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).