IMUNIZAÇÃO

SBIM divulga nota contra suspensão de vacina para adolescentes

Sociedade Brasileira de Imunização aponta que justificativas do Ministério da Saúde não são claras e não têm sustentação

A decisão do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de suspender a vacinação para adolescentes entre 12 e 17 anos sem comorbidades não tem o apoio da Sociedade Brasileira de Imunização (SBIM). A entidade divulgou uma nota nesta quinta-feira (16/9) onde classificou as justificativas da pasta como não claras e sem sustentação. 

Além de alertar para a possível disseminação de fake news por conta da decisão, a SBIM elenca diversos motivos para ter se posicionado contra a suspensão da vacinação para os jovens. O primeiro deles é o fato da Organização Mundial da Saúde (OMS) não ser contra a vacinação de jovens a partir dos 12 anos (com ou sem comorbidades) com as vacinas da Pfizer.

Além da OMS, a entidade indica que a Anvisa também aprovou a vacina para esta parcela da população (e também não restringiu a administração a pessoas com comorbidades). A SBIM lembra que o próprio Ministério da Saúde já autorizou a vacinação para os jovens em uma nota técnica divulgada em 15 de agosto de 2021. 

Contra Argumentando a pasta em relação a administração de outros imunizantes além da Pfizer, a SBIM indica: “O fato de apenas um imunizante — o da Pfizer/BionTech — ter sido testado em ensaios clínicos randomizados e licenciado pela Anvisa para uso em pessoas a partir dos 12 anos de idade, e ocorrências pontuais de administração equivocada de vacinas de outros fabricantes (erros de imunização) não justificam a interrupção, uma vez que a orientação atual é a de utilizar exclusivamente a vacina Pfizer/BionTech para esse público”.

A entidade também usa números para justificar a posição. Segundo os dados, foram registrados 1.545 eventos adversos entre os 3.538.052 adolescentes vacinados no Brasil até o momento (0,00043%), sendo que erros de imunização respondem pela absoluta maioria (93%).

A SBIM deixa claro que a morte de uma adolescente que recebeu o imunizante deve “ser investigada com rigor”, mas lembrou também que “até o momento, no entanto, não foi estabelecida relação causal com a vacina. É necessário cautela para evitar a adoção de medidas precipitadas". 

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