Racismo

Em Minas, Polícia Civil indicia homem por publicação racista no Facebook

O homem que fez a postagem no seu perfil do Facebook disse que estava brincando e não dirigiu a mensagem a uma pessoa. O delegado não aceitou a desculpa

A Polícia Militar prendeu nesta sexta-feira (10/9), em Ubaporanga, no Vale do Rio Doce, um homem de 43 anos de idade, acusado de prática de racismo nas redes sociais. Ele postou em seu perfil, no Facebook, uma mensagem considerada racista por um internauta, que, ao ler, printou a postagem e chamou a polícia.

“Preto é gente só quando tá dentro do banheiro. Você bate na porta e eles dizem: tem gente?”. Esta foi a mensagem que levou o autor à prisão. A primeira pessoa para a qual o denunciante mostrou o print foi um sargento da PM, que em 18 de março de 2021 foi vítima de injúria racial praticado pelo mesmo autor da postagem. A Polícia Militar foi à casa do autor da mensagem e o conduziu até a delegacia.

O delegado de Polícia Civil de Caratinga, Ivan Sales, que indiciou o homem por racismo, diz que, ao ser ouvido pelos policiais de plantão, o suspeito afirmou que a postagem era uma brincadeira e que ele não havia se dirigido a uma pessoa, especificamente.

Reprodução/Redes Sociais - A postagem foi redigida com erros ortográficos e gramaticais, mas deixou evidente o crime de racismo

“Essa justificativa dele não convenceu a Polícia Civil. Em março deste ano ele já havia tomado atitude semelhante, ao chamar um sargento da Polícia Militar de ‘macacão’. Então, ele sabe que a conduta dele foi criminosa”, explica o delegado.

Segundo o delegado, as pessoas não têm levado a sério o comportamento nas redes sociais. “As pessoas precisam parar de pensar que rede social é terra de ninguém. Liberdade de expressão não significa ter liberdade para praticar crimes”, alerta.

Mesmo com o indiciado afirmando que a postagem era uma brincadeira, e que não era dirigida a uma pessoa específica, o delegado fez o indiciamento por crime de racismo, porque discriminação do povo negro. O inquérito policial foi encaminhado ao judiciário.

Se for condenado, ele poderá pegar de 2 a 5 anos de prisão e pagamento de multa.

 

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