RETALIAÇÃO POR TÉRMINO

Homem tranca cachorro de ex-namorada no banheiro e coloca fogo

Jovem admitiu às autoridades ter trancado o animal no banheiro e jogado etanol antes de atear fogo; cão conseguiu sobreviver e foi adotado

A Polícia Civil prendeu um homem de 29 anos suspeito de colocar fogo no cachorro da ex-namorada em Poços de Caldas, no Sul de Minas. De acordo com as investigações, ele admitiu ter trancado o animal no banheiro, jogado etanol no cão e ateado fogo. O cachorro sobreviveu e foi adotado por um estudante de veterinária. O autor foi preso nessa quarta-feira (1º/9).

As investigações começaram após a Polícia Civil receber uma denúncia, no início de agosto, de que o animal havia sido vítima de maus-tratos. Os policiais se deslocaram até a residência do rapaz, onde identificaram sinais de incêndio criminoso. A perícia foi acionada e compareceu ao local. Na sequência, foi solicitado - e posteriormente expedido - um mandado de prisão preventiva, cumprido ontem.

O suspeito confessou o crime, e disse que colocou fogo no animal em retaliação à ex-namorada, dona do cachorro, que terminou o relacionamento há cerca de quatro meses.

Ele relatou que trancou o cão em um banheiro da própria casa, com alguns móveis velhos de madeira, jogou etanol que adquiriu em um posto sobre o animal e ateou fogo. O cachorro conseguiu fugir e foi socorrido depois de alguns dias para, em seguida, ser encaminhado a um núcleo veterinário.

"O cachorro fugiu. Ele deve ter ficado aproximadamente de três a sete dias com ferimentos graves, até o momento em que uma vizinha chamou o Corpo de Bombeiros e ele foi socorrido", conta o delegado Thiago Gomes Ribeiro.

"Os veterinários realizaram um excelente trabalho, o cachorro estava realmente bem debilitado, corria um grande risco de vida. É um ato de extrema crueldade. Um indivíduo desses não está hábito para o convívio social", complementa o policial.


Reabilitação do animal

Segundo o veterinário Thiago Maijer, que atendeu o animal, o cão permaneceu cerca de um mês internado na clínica para tratar os ferimentos. Ele também relatou que o animal passou por um processo de reabilitação comportamental, e explicou que “animais vítimas de maus-tratos não podem ser encaminhados para qualquer adotante, em razão dos traumas sofridos, o que pode vir a gerar agressividade".

Após o período de reabilitação, o cãozinho foi adotado por um estudante de veterinária e recebeu o nome de Coronel. De acordo com a Polícia Civil, o cachorro não foi devolvido para a ex-namorada, pois ela teria deixado o animal com o suspeito após o término.

2ª prisão por maus-tratos em duas semanas

No último dia 20 de agosto, a Polícia Civil prendeu em flagrante de um homem, de 69 anos, que teria castrado um gato de forma precária, utilizando um canivete. O animal, que foi adotado pelo investigador Acássio José Paese, recebeu o nome de Vitório.

Para o delegado Thiago Gomes Ribeiro, a alteração legislativa que passou a punir com mais rigor a prática de maus-tratos, sobretudo contra cães e gatos, permite uma ação mais incisiva da Polícia.

“Dentro da nova lei, é possível uma repressão mais contundente em relação a esses casos. No caso dos maus-tratos, a pena de reclusão é de dois a cinco anos”, afirma o delegado.