A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) prevê que o comércio varejista terá, neste ano, o maior número de contratações temporárias para o Natal desde 2013. Apesar da inflação e dos juros altos, a expectativa é que sejam admitidos 94,2 mil trabalhadores, em todo o país, para atender ao aumento estimado de 3,8% nas vendas natalinas. A entidade acredita ainda que, após o período festivo, 12,2% dos temporários sejam efetivados, o maior índice dos últimos cinco anos.
Os segmentos responsáveis, segundo a CNC, por 80% das vagas serão o de vestuário (57,91 mil) e de hiper e supermercados (18,99 mil). Isso porque o faturamento nas duas áreas, nos meses de novembro e dezembro, praticamente dobra. “Enquanto o faturamento do varejo cresce, em média, 34% na passagem de novembro para dezembro, no segmento de vestuário a alta costuma ser de 90%”, detalha o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
No entanto, os dados indicam que os maiores salários serão pagos pelos setores especializados nas vendas de produtos de informática e comunicação, além dos segmentos de artigos farmacêuticos, perfumarias e cosméticos. O salário médio deverá alcançar R$ 1.608, ou seja, 5,1% maior em comparação com o mesmo período no ano passada. Porém, esses setores devem representar somente 0,8% das vagas a serem criadas.
O maior número de contratações temporárias está previsto para ocorrer no estado de São Paulo (25,55 mil). Na sequência, vêm Minas Gerais (10,67 mil), Rio de Janeiro (7,63 mil) e Paraná (7,19 mil). As projeções da CNC para o aumento de vendas nesses estados, em relação ao Natal passado, são de 7,2%, 6%, 5,8% e 6,6%, respectivamente.
A explicação para a retomada do mercado está no aumento da circulação dos consumidores permitido pelo avanço da vacinação contra a covid-19, avalia o economista da CNC Fabio Bentes.
“Desde o final da segunda onda da pandemia, o que se tem observado é um crescimento consistente da circulação de consumidores no comércio. O avanço da vacinação, de certa forma, afasta o cenário de novas medidas restritivas. E se a circulação vai aumentar nos próximos meses, a tendência é contratar mais”, disse Bentes, segundo a Agência Brasil.
“Apesar da inflação e dos juros altos, o aumento da circulação foi o que ditou o ritmo do comércio ao longo da pandemia”, acrescentou. Segundo o economistas, mas do que a alta inflação e a elevação dos juros, o que realmente prejudicava as vendas era o baixo número de pessoas nas ruas.
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