Depois de recuar na recomendação de imunizar contra a covid-19 adolescentes sem comorbidades, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, indicou que os jovens de 12 a 17 anos sem comorbidades que tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19 não devem retornar aos postos de saúde para a segunda aplicação por enquanto.
"Em relação a orientação, aqueles sem comorbidades, independentemente da vacina que tomaram, param e não tomam outra. Por uma questão de cautela, até que se tenha mais evidências, como falei aqui, para se seguir em frente", disse o ministro nesta quinta-feira (16/9), durante coletiva de imprensa.
No caso dos jovens de 12 a 17 anos com comorbidades que tomaram a vacina da Pfizer, única autorizada para esta faixa etária no Brasil, deve-se completar o esquema vacinal com a segunda dose. Já os adolescentes com ou sem comorbidades que tomaram alguma dose de vacina diferente da Pfizer não devem tomar outra dose.
Segundo dados expostos pelo Ministério da Saúde, dos 3.538.528 de adolescentes que receberam pelo menos uma dose da vacina, 26.777 receberam vacinas da AstraZeneca, Janssen e CoronaVac, imunizantes que não têm autorização para serem aplicados nesta faixa etária.
Com a autorização da Anvisa dada à vacina da Pfizer para ser aplicada em adolescentes, o Ministério da Saúde indicou que os jovens de 12 a 17 anos com e sem comorbidades poderiam ser vacinados com o imunizante da farmacêutica americana a partir de quarta (15). No entanto, ainda ontem voltou atrás e passou a recomendar o imunizante apenas para os que apresentam deficiência permanente, comorbidade ou que estejam privados de liberdade.
Eventos adversos
Segundo o ministro, a decisão de recuar na indicação de vacinação de adolescentes sem comorbidades foi tomada diante dos eventos adversos notados pela pasta. Mas, segundo a Saúde, 93% dos eventos adversos constatados são considerados erros de imunização, quando a pessoa recebe uma vacina que não poderia receber ou quando toma uma dose de um fabricante e outra dose de outra empresa.
"O Ministério da Saúde pode rever sua posição desde que haja evidência científicas sólidas em relação a vacinação em adolescentes sem comorbidades. Por enquanto, por uma questão de cautela, nós temos eventos adversos aí para serem investigados. Nós temos esses adolescentes que tomaram essas vacinas que não estavam recomendadas para eles e nós precisamos acompanhar", disse Queiroga.
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