Durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (16/9), para explicar o recuo da recomendação de imunizar contra a covid-19 adolescentes sem comorbidades, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, criticou a desobediência de estados e municípios às regras do Programa Nacional de Imunização (PNI). Ele afirmou ainda que muitas cidades aplicaram vacinas que não estavam autorizadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) nos adolescentes.
Segundo dados expostos pelo Ministério da Saúde, dos 3.538.528 de adolescentes que receberam pelo menos uma dose da vacina, 26.777 receberam doses de AstraZeneca, Janssen e CoronaVac, imunizantes que não têm autorização para serem aplicados na faixa etária. Os demais tomaram a vacina da Pfizer, única autorizada pela Anvisa para ser aplicada neste público.
"A vacinação que era para começar ontem (15) nos adolescentes acima de 12 anos, sabe quantos já tem vacinados no Brasil? Quase 3,5 milhões de adolescentes. Como é que nós conseguimos coordenar uma campanha nacional de imunização dessa forma? E além da Pfizer, outras vacinas estão sendo aplicadas. AstraZeneca, Janssen, CoronaVac", criticou o ministro.
Com a autorização da Anvisa dada à vacina da Pfizer para ser aplicada em adolescentes, o Ministério da Saúde indicou que os jovens de 12 a 17 anos com e sem comorbidades poderiam ser vacinados com o imunizante da farmacêutica americana. No entanto, nesta quarta (15), voltou atrás e passou a recomendar o imunizante apenas para os que apresentam deficiência permanente, comorbidade ou que estejam privados de liberdade.
Eventos adversos
Segundo o ministro, a decisão de recuar na indicação de vacinação de adolescentes sem comorbidades foi tomada diante dos eventos adversos notados pela pasta. Mas, segundo a Saúde, 93% dos eventos adversos constatados são considerados erros de imunização, quando a pessoa recebe uma vacina que não poderia receber ou quando toma uma dose de um fabricante e outra dose de outra empresa.
"O Ministério da Saúde pode rever sua posição desde que haja evidência científicas sólidas em relação a vacinação em adolescentes sem comorbidades. Por enquanto, por uma questão de cautela, nós temos eventos adversos aí para serem investigados. Nós temos esses adolescentes que tomaram essas vacinas que não estavam recomendadas para eles e nós precisamos acompanhar", disse Queiroga.
A recomendação é que adolescentes sem comorbidades, independente da vacina que tomaram, não devem tomar a segunda dose e, sim, aguardar a posição do Ministério da Saúde. Os jovens de 12 a 17 anos com comorbidades que tomaram a vacina da Pfizer devem completar o esquema vacinal com a segunda dose.
Os adolescentes com ou sem comorbidades que tomaram alguma dose de vacinas diferente da Pfizer não devem tomar outra dose.
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