O Ministério da Saúde concluiu, ontem, o envio de todas as vacinas contra a covid-19 necessárias para imunizar todos os adultos brasileiros com a primeira dose. Com isso, anunciou a redução do intervalo entre a primeira e a segunda doses da vacina da Pfizer, de 12 para 8 semanas. A mesma medida seria adotada com a vacina da AstraZeneca, como anunciado pela pasta em 25 de agosto, mas, diante do desabastecimento do imunizante, não foi possível antecipar a segunda aplicação.
A previsão feita pelo governo federal era de que a redução do intervalo entre as doses ocorresse a partir da segunda quinzena de setembro tanto para a vacina da Pfizer, como para a da AstraZeneca, já que ambas possuem o intervalo de 12 semanas. Porém, a antecipação da segunda dose da AstraZeneca não foi recomendada diante do desabastecimento da vacina, que, no Brasil, é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Por causa do atraso no recebimento do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), a Fiocruz ficou duas semanas sem entregar vacinas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Somente nesta semana, voltou a enviar doses ao governo federal, mas ainda em quantidade pequena. Foram liberadas 1,7 milhão de doses, e outras unidades devem ser entregues nesta semana. Segundo a Fiocruz, as remessas semanais estão garantidas até o fim deste mês.
O Correio questionou se o Ministério tinha um prazo para também encurtar o intervalo entre as doses da AstraZeneca, mas a pasta só informou que mantém o intervalo de aplicação de 12 semanas para o imunizante. Já no caso da Pfizer, a segunda dose poderá ser antecipada para oito semanas depois da primeira aplicação. O vídeo da campanha para informar a redução do intervalo foi divulgado ontem pela pasta. Mas a medida ainda não foi adotada de fato por todos os estados.
Ontem, em coletiva, o governo do estado de São Paulo informou que ainda não definiu como será feita a antecipação do intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina da Pfizer. “Nós recebemos a orientação de fazer antecipação a partir de hoje, porém, não recebemos doses para fazer essa antecipação”, disse o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn.
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Mesmo diante das críticas sobre a logística de distribuição e da falta de imunizante para antecipar a segunda dose da vacina da AstraZeneca, para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, há excesso de vacinas no país. “Há excesso de vacinas, na realidade. O Brasil já distribuiu 260 milhões de doses de vacinas, e 210 milhões já foram aplicadas”, afirmou Queiroga, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, onde acompanhou o envio de imunizantes para os estados.
A pasta concluiu, ontem, o envio de vacinas contra a covid-19 para imunizar toda população adulta brasileira — estimada em 158 milhões — com, pelo menos, a primeira dose. Até o momento, 88% dessa população recebeu a primeira dose. Com a entrega de mais 1,1 milhão de doses da vacina da Pfizer, hoje, aos estados brasileiros, o governo federal indica que já foram enviadas mais de 265 milhões de unidades de vacinas contra o novo coronavírus.
Depois, em pronunciamento, o ministro destacou que a campanha de vacinação contra a covid-19 é o “elo” que une saúde e economia. “Quem duvidava da campanha de vacinação do Brasil é porque não acredita no SUS; e se não acredita no SUS, não acredita na Constituição Federal”, afirmou. O Ministério da Saúde também começou ontem a campanha para dose de reforço que será oferecida para idosos com mais de 70 anos e pessoas imunossuprimidas.
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