Após o Ministério Público do Trabalho pedir o afastamento do presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, em uma ação que investiga denúncias de assédio moral, perseguição ideológica e discriminação aos servidores da pasta, o presidente se manifestou pelas redes sociais, negou as acusações e respondeu também com ofensas.
As denúncias que compõe a ação que pede o afastamento de Camargo foram divulgadas pelo Fantástico, da Rede Globo, no domingo (29/8) e, desde então, o presidente da Fundação Palmares se manifesta pelas redes sociais.
Segundo o Fantástico, as denúncias são baseadas em relatos de 16 servidores e ex-funcionários, que expuseram uma rotina de ataques do chefe. Sérgio Camargo negou e disse que "todas as denúncias são fakes" e que partiram de "militantes vitimistas e traíras".
"O MPT não tem autoridade para investigar servidores ou pessoas em cargos comissionados, pois somos regidos pelo estatuto, não pela CLT. As acusações partiram de militantes vitimistas e traíras. Há duas cartas públicas em minha defesa assinadas por todos os servidores da Palmares", disse.
Desde que assumiu a Fundação Palmares em novembro de 2019, Sérgio Camargo acumula polêmicas e se diz contra o movimento negro, que segundo ele é deletério.
A investigação do Ministério Público do Trabalho contra o presidente da Fundação Cultural Palmares ocorre desde julho de 2020, quando o MPT recebeu as denúncias. Em março desse ano, três diretores da Fundação Palmares pediram demissão de seus cargos por alegarem não haver espaço para diálogo, inviabilizando o desenvolvimento dos trabalhos.
Na ocasião, Camargo se pronunciou sobre a investigação aberta pelo Ministério Público do Trabalho. "Exonero esquerdistas. Nomeio direitistas. Desaparelhar o órgão é meu dever. Nomear em cargos de confiança é minha prerrogativa", comentou.
Hoje, diante a ação protocolada na 21ª Vara do Trabalho de Brasília, o discurso é o mesmo. "É minha prerrogativa como presidente da instituição exonerar esquerdistas e nomear conservadores. Isso não é assédio, suas antas. É dever moral! Não tenho que trabalhar com esquerdopatas nem com militantes vitimistas", disse pelo Twitter.