JULGAMENTO

Mil indígenas vão permanecer acampados na Esplanada

Os povos aguardam decisão do STF sobre o marco temporal. O julgamento será retomado no próximo dia 1º

Lideranças indígenas informaram, nesta sexta-feira (27/8), que cerca de mil pessoas de diferentes etnias vão permanecer acampadas na Esplanada dos Ministérios. Os povos estão em Brasília desde a última semana para acompanhar o julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre o marco temporal. A sessão na Corte será retomada no próximo dia 1º.


"Esse é o julgamento do século. A vida dos povos indígenas está nas mãos do STF. Vamos permanecer aqui para sensibilizar os juízes. Essa matéria nos coloca em uma situação de insegurança, semelhante aos dos povos que não têm as terras demarcadas", discursou, frente a dezenas de indígenas, a líder Sônia Guajajara.


Ao Correio, Sônia afirmou que o acampamento permanecerá no gramado próximo ao Teatro Nacional, a princípio, até o dia 1º. Os indígenas tentarão estender o prazo até o dia 2. Se não conseguirem, negociarão o espaço em frente à Funai para aguardar a Marcha das Mulheres Indígenas, que ocorrerá em 7 de setembro. "A marcha também é uma forma de pressionar contra o marco temporal", justificou.


Protesto

Na manhã desta sexta, os indígenas atearam fogo em um caixão de papelão na frente do Palácio do Planalto, com críticas ao presidente Jair Bolsonaro e palavras como "fora grileiros" e "marco temporal não".
Ao todo, mais de seis mil indígenas, de 175 etnias, estiveram acampados em Brasília até esta sexta.