Dos 17,3 milhões de pessoas com deficiência no país em 2019, quase metade (49,4%) era idosa, ou seja, tinham 60 anos ou mais de idade. A pesquisa estimou em 17,3 milhões o número de pessoas de 2 anos ou mais de idade (8,4% dessa população) com pelo menos uma das deficiências investigadas. Dessas pessoas, 14,4 milhões encontravam-se em domicílios urbanos e 2,9 milhões em domicílios rurais. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 – Ciclos de vida, divulgada nesta quinta (26/8) pelo IBGE.
O maior percentual de pessoas com deficiência era do Nordeste (9,9%), região onde todos os estados tiveram percentuais acima da média nacional. Os percentuais nas demais regiões foram: Sudeste (8,1%), Sul (8,0%), Norte (7,7%) e Centro-Oeste (7,1%).
Entre as crianças de 2 a 9 anos de idade, 1,5% (332 mil) eram pessoas com deficiência, enquanto entre os idosos (60 anos ou mais), esse percentual foi de 24,8% (8,5 milhões). O percentual de homens foi de 6,9% (6,7 milhões) e de mulheres, 9,9% (10,5 milhões).
Na população de 18 anos ou mais de idade com deficiência, 67,6% eram pessoas sem instrução ou com o ensino fundamental incompleto, enquanto entre as pessoas desse grupo etário sem nenhuma das deficiências investigadas, apenas 30,9% tinham esse nível de escolaridade.
Na população de 18 anos ou mais com deficiência, apenas 5% tinham nível superior completo, mas entre as pessoas sem deficiência nesse grupo etário, 17,0% tinham essa escolaridade. Ainda nesta população, apenas 16,6% das pessoas com deficiência tinham ensino médio completo ou superior incompleto, contra 37,2% das pessoas sem deficiência.
O nível de ocupação das pessoas de 14 anos ou mais de idade com deficiência foi de 25,4%, enquanto na população em geral foi de 57,0% e, entre as pessoas sem deficiência, de 60,4%. Em 2019, apenas 28,3% das pessoas com deficiência, na faixa de 14 anos ou mais de idade, estavam na força de trabalho, percentual que era de 66,3% para a população sem deficiência.
Entre as pessoas com deficiência que estavam fora da força de trabalho nos 30 dias anteriores à entrevista, 48,9% disseram que não tomaram providência efetiva para conseguir trabalho por problemas de saúde, 28,8% por não desejar trabalhar e 10,5% não conseguia trabalho por ser considerado muito jovem ou idoso.
Enquanto as pessoas com deficiência visual e auditiva apresentaram níveis de ocupação de 32,6% e 25,4%, respectivamente, esse indicador para as pessoas com deficiência física foi de 15,3% (membros inferiores) e 16,3% (membros superiores). A situação mais desvantajosa foi a das pessoas com deficiência mental (4,7%).
Apenas 5% das pessoas com deficiência concluíram o nível superior
Cerca de 67,6% das pessoas com deficiência de 18 anos ou mais de idade não tinham instrução ou tinham o fundamental incompleto, enquanto esse percentual foi de 30,9% para as pessoas sem nenhuma das deficiências investigadas pela PNS. Pessoas sem deficiência também tiveram mais do que o triplo do percentual de pessoas que concluíram o nível superior se comparado com as pessoas com deficiência.
"Há estudos que mostram a dificuldade que essas pessoas têm no acesso à educação desde o início de seu percurso acadêmico, seja pela falta de acessibilidade ou de tecnologias assistivas, seja pela falta de preparo das escolas para lidar com a diversidade em salas de aula. É importante ter conhecimento e condições que permitam que essas pessoas tenham condições de participar na escola, ser incluída, e ter acesso à informação. A educação é um direito da pessoa com deficiência. Daí a importância desses dados para contribuir para formação de políticas públicas adequadas para as pessoas com deficiência", diz Maíra. Apenas 5,0% das pessoas com deficiência com mais de 18 anos haviam concluído o ensino superior. Entre as pessoas sem deficiência, esse percentual foi de 17%.