A manifestação dos indígenas em Brasília contra o chamado marco temporal de demarcação de terras ganhou apoio de artistas e figuras públicas. Nesta quarta-feira (25/8), o DJ Alok esteve no acampamento Luta Pela Vida, que conta com representantes de mais de 170 etnias, ao lado do Teatro Nacional. Ele subiu ao palco e discursou em apoio à manutenção das terras indígenas demarcadas administrativamente.
Esse posicionamento não é novidade, já que o novo álbum do DJ foi gravado em parceria com artistas de diversas etnias. Na segunda-feira (23/8), o músico usou seu perfil oficial no Twitter para se posicionar contra o Projeto de Lei (PL) 490, que, assim como a decisão a ser avaliada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), defende que os indígenas só têm direito às terras que ocupavam na data da promulgação da Constituição de 1988.
"Os povos indígenas são os grandes guardiões das florestas do Brasil e podemos lembrar que as nossas gerações futuras certamente nos avaliarão por aquilo que fizermos com esse patrimônio que não é apenas do Brasil mas de toda a humanidade", escreveu.
Múltiplos apoios
Outras personalidades também têm se manifestado publicamente a favor do direito dos indígenas à terra. Na terça-feira (24/8), foi a vez do cantor Vitão ir ao acampamento na região central de Brasília. Ele conversou com lideranças, posou para fotos e usou o Instagram para pedir demarcação de terras em todo o país. Vitão ainda apareceu ao lado da conhecida líder indígena, Sônia Guajajara.
E antes mesmo da mobilização no Planalto Central, mais de 300 personalidades conhecidas nacionalmente assinaram uma carta aberta ao STF pedindo que os direitos dos indígenas fossem respeitados. “Este Supremo Tribunal tem em suas mãos a oportunidade de corrigir esse erro histórico e, finalmente, garantir a justiça que a Constituição determinou que se fizesse aos povos originários”, diz o texto.
Entre os signatários estão nomes como o ministro aposentado Celso de Melo, a medalhista olímpica Marta Sobral, o comentarista Walter Casagrande, as atrizes Zezé Polessa, Alinne Moraes e Nanda Costa, e o comediante Fábio Porchat. O argumenta que a demora em decidir questões como essa tem consequências graves.
“Enquanto esses processos se desenrolam lentamente na justiça brasileira, conflitos e violências contra comunidades indígenas se multiplicam país afora”, coloca. A íntegra da carta e a lista completa de assinaturas pode ser encontrada no site do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).