Enquanto o Ministério da Saúde ainda define quando irá incorporar a aplicação de uma terceira dose da vacina contra a covid-19 em idosos no Plano Nacional de Imunizações (PNI), a cidade do Rio de Janeiro saiu na frente e aprovou, nesta segunda-feira (23/8), a recomendação de uma dose de reforço para idosos com 60 anos ou mais.
A decisão foi tomada pelo Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19, que indica a aplicação da terceira dose para todos os idosos que tomaram as duas doses de qualquer vacina contra a doença, sendo a segunda há pelo menos seis meses.
Como dose de reforço, a capital fluminense usará as vacinas Comirnaty e Covishield. "Independentemente da vacina tomada nas duas primeiras doses, para a dose de reforço serão usadas vacinas da Pfizer e da AstraZeneca", diz o município em nota.
Calendário
Apesar de informar que um calendário específico para dose de reforço nos idosos ainda está sendo elaborado pela Secretaria Municipal de Saúde do Rio, a nota do órgão diz que a previsão para o começo da aplicação da terceira dose em idosos é setembro.
A vacinação de idosos com a dose de reforço será feita de forma escalonada, da mesma maneira vista no início da vacinação contra a covid-19 e deve durar até novembro. Os primeiros idosos que vão receber a dose de reforço serão os residentes em instituições de longa permanência, como asilos.
Cenário nacional
A recomendação da terceira dose feita pelo município do Rio de Janeiro é uma exceção ao que recomenda o Ministério da Saúde. A pasta ainda não indica a aplicação da dose de reforço em idosos e em nenhum outro grupo prioritário.
Apesar de já ter indicado que a vacinação com a terceira dose da vacina contra a covid-19 começará pelos idosos e profissionais de saúde, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, indicou que a dose de reforço só será aplicada depois do avanço da aplicação da segunda dose. Atualmente, apenas 25,95% da população brasileira já completou o esquema vacinal com a dose única da Janssen ou as duas doses das outras vacinas disponíveis (CoronaVac, Pfizer e AstraZeneca).
Hoje, em agenda em São Paulo, Queiroga disse que aguarda a conclusão dos estudos sobre a segurança e efetividade da terceira dose. "A OMS, hoje, editou uma posição no sentido de que não se avançasse na terceira dose enquanto a segunda dose não fosse aplicada na maior parte da população global. Eu já contratei um estudo, que está sendo realizado em parceria com a Universidade de Oxford, para que essa terceira dose seja orientada com rigor cientifico. Ou seja, baseada em evidências", indicou.