Apesar de ainda não ter batido o martelo sobre a necessidade de uma terceira dose da vacina contra a covid-19, o Ministério da Saúde garante ter as doses necessárias para mais uma aplicação em idosos que já completaram o esquema vacinal com duas doses do imunizante. A informação foi dada pela secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite de Melo, ao Valor Econômico e confirmada ao Correio Braziliense.
"Caso se comprove a necessidade para os idosos, como contratamos 600 milhões de doses, e a nossa população vacinável é em torno de no máximo 200 milhões, teríamos as doses sim para este grupo", disse ao Correio. Segundo o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19, são estimados 30,3 milhões de pessoas com mais de 60 anos no Brasil. Ainda não se sabe se todos os idosos serão vacinados.
Rosana de Melo ressaltou que a decisão de aplicar uma dose de reforço ainda não foi tomada pela pasta. O Ministério da Saúde avalia essa necessidade com ajuda da Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis. A pasta aguarda o resultado do estudo encomendado que investiga a necessidade de uma terceira dose de vacina para quem tomou a CoronaVac.
"Não está ainda fechada a necessidade (de terceira dose)", disse Rosana de Melo, que não soube indicar quando os resultados da pesquisa estarão disponíveis.
CoronaVac
Nesta quarta-feira (18), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), coordenado pelo Ministério da Saúde, que considere a "possibilidade de indicar uma dose de reforço em caráter experimental, para grupos que receberam duas doses da CoronaVac, priorizando públicos-alvo como pacientes imunocomprometidos e idosos".
A secretária de enfrentamento a covid-19 acredita que a dose de reforço pode começar a ser aplicada em setembro já que, segundo ela, alguns estudos mostram que o tempo entre a segunda e a terceira dose é de seis meses. "Como iniciamos a imunização de idosos em fevereiro/março, os seis meses seriam a partir de setembro", considerou.
Preparação
Na última segunda-feira (16), em audiência pública da comissão temporária que discute a pandemia da covid-19 do Senado (CTCOVID-19), Rosana de Melo disse que já existem estudos preliminares que mostram que “determinados imunizantes” apresentam queda de proteção em pessoas de “determinadas faixas etárias”, como os mais velhos, o que preocupa o Ministério da Saúde.
Por isso, ela indicou que a pasta já havia começado a quantificar quantas pessoas precisariam receber uma possível dose de reforço. “Já estamos tomando as decisões, a nível de gestão, como planejar e quantificar esses grupos que porventura precisam (dessa terceira dose)”, afirmou.