A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou, nesta quarta-feira (18/8), que o Ministério da Saúde avalie aplicar uma dose de reforço (ou seja, uma terceira dose) da vacina Coronavac para pacientes imunossuprimidos e idosos, especialmente, acima de 80 anos.
De acordo com a Anvisa, o Instituto Butantan, responsável pela produção da vacina em parceria com o laboratório chinês Sinovac, ainda não solicitou a análise. A medida seria uma antecipação da agência na recomendação com intenção de frear o avanço da variante Delta.
"No contexto em que a variante Delta está circulando no Brasil, uma dose adicional da vacina contra a covid-19 pode ajudar a prevenir casos graves e possivelmente fatais dessa doença em idosos e pessoas com sistema imunológico comprometido", afirmou Meiruze Freitas, relatora responsável pela Gerência Geral de Medicamento e Produtos Biológicos.
Segundo ela, porém, ainda não há dados robustos sobre benefícios de uma dose de reforço para quem recebeu a Coronavac — a Saúde já recomendou estudo sobre o assunto.
Os especialistas do órgão reafirmaram que a CoronaVac é eficaz e segura, mas pode apresentar reações diferentes em organismos idosos ou com comorbidades. "Importante lembrar que a vacina Coronavac tem um bom desempenho no Brasil, mas, inicialmente, não foi estudada em idosos e em pessoas gravemente imunocomprometidas, como, por exemplo, nos pacientes transplantados, pessoas que estão fazendo quimioterapia ou que estão tomando medicamentos imunossupressores", comentou Freitas.
Suzie Marie Gomes, representante da Gerência de Monitoramento de Produtos do órgão regulador, também afirmou que, após revisão dos estudos do imunizante pela Agência, a segurança e eficácia seguem sem ser questionadas. “O perfil de segurança continua de acordo com o que foi observado previamente e com a informação de segurança apresentada na bula”, garantiu.
Mais cedo, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, já havia afirmado que a pasta estudava a aplicação da terceira dose. “A gente vai começar pelos grupos prioritários. Então, de novo, os profissionais de saúde e os mais idosos. Nós sabemos que os indivíduos idosos têm o sistema imunológico mais comprometido, e, por isso, são mais vulneráveis", disse em entrevista coletiva sobre a distribuição da dose extra.
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*Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza