Com o avanço da vacinação contra a covid-19 no Brasil, os primeiros sinais positivos começam a aparecer e influenciar outros índices avaliados no combate à pandemia. Nesta quarta-feira (11/8), a última edição do Boletim Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) apontou que todos os estados brasileiros estão com taxas de ocupação de leitos de UTI covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) abaixo de 80%. É a primeira vez que isso acontece desde outubro de 2020.
“Os dados, obtidos no dia 9 de agosto, indicam que se trata do melhor cenário desde que o Observatório passou a acompanhar esse índice, em julho de 2020”, diz o documento. Somente cinco estados estão na zona de alerta intermediário, com taxas iguais ou maiores que 60% e menores do que 80%. São eles: Mato Grosso (79%), Goiás (78%), Roraima (70%), Rio de Janeiro (67%) e Rondônia (64%).
Outros 21 estados e o Distrito Federal estão fora da zona de alerta. “A vacinação tem feito grande diferença na redução da gravidade de casos e de óbitos no país, mas é fundamental que o país se mantenha alerta à possibilidade de reveses no quadro de melhora, especialmente, no momento, por conta da propagação da variante Delta, considerada altamente transmissível”, alertam os pesquisadores.
O boletim ainda ressalta a importância da conclusão do esquema vacinal com duas doses das vacinas disponíveis no Brasil, com exceção da vacina da Janssen, que é de dose única. “Ampliar a vacinação completa para todos os elegíveis torna-se fundamental neste momento, incluindo campanhas e busca ativa para os que ainda não tomaram a segunda dose das vacinas que envolvem duas doses, como a CoronaVac, a AstraZeneca e a Pfizer”, reforça.
Segunda dose
Nessa terça-feira (10), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, informou que 7 milhões de pessoas não voltaram aos postos de saúde para tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19. E pediu para que todos fiquem atento com a segunda aplicação.
O número é maior que o dobro do montante divulgado pelo ministro ainda no início de julho, durante o lançamento da campanha de incentivo à segunda dose. Na época, a pasta contabilizava 3,4 milhões de pessoas com a segunda dose atrasada. O novo número divulgado pelo ministro foi de 7 milhões, ou seja, 3,6 milhões de pessoas a mais.
“É um esforço hercúleo que todos nós aqui fazemos para conseguir vacinas para a população brasileira. Então, não justifica que as pessoas não busquem as salas de vacinação para tomar a segunda dose”, criticou Queiroga.