Ao entregar, ontem, o maior lote da vacina contra a covid-19 CoronaVac ao Ministério da Saúde — 10 milhões de unidades —, o Instituto Butantan disse que não concluirá o envio das 100 milhões de doses da vacina para o governo federal este mês. O motivo é que a exclusão do imunizante no rol dos fármacos para serem usados como dose de reforço de idosos e imunossuprimidos fez com que o instituto mudasse a estratégia.
“Não entregaremos os 54 milhões de doses até amanhã (hoje). Nós estamos reprogramando as entregas em virtude de dois fatos: o primeiro fato, foi a própria manifestação do Ministério (da Saúde), que excluiu a vacina para a terceira dose. Então, isso muda um pouco. Estamos reprogramando porque nós temos outros contratos a serem atendidos, outros estados, outros países”, explicou o diretor do Butantan, Dimas Covas.
O contrato com o ministério previa a conclusão da entrega até o final de setembro, mas o instituto vinha afirmando que adiantaria as remessas até o final deste mês. Com a entrega de ontem, o Butantan soma 92,8 milhões de unidades da CoronaVac repassadas ao governo federal. A primeira parte do contrato, de 46 milhões de doses, foi concluída em 12 de maio. Para concluir a segunda, de 54 milhões de injeções, falta entregar cerca de 7,1 milhões.
O ministério anunciou, na última semana, que deve ser aplicada uma dose de reforço nos idosos com mais de 70 anos e pessoas imunossuprimidas, mas a vacina que deve ser usada preferencialmente é a da Pfizer. “Na falta desse imunizante, a alternativa deverá ser feita com as vacinas de vetor viral, Janssen ou AstaZeneca”, disse a pasta.
Na contramão do que diz o ministério, o governo de São Paulo anunciou, dias atrás, que a dose de reforço poderia ser feita também com a CoronaVac. Especialistas, porém, defendem a utilização apenas da Pfizer como a vacina de dose de reforço.
Covas disse que, dentro dessa nova realidade, a entrega será concluída antes do final de setembro, “o mais rapidamente possível”. “Dentro dessa nova realidade, porque o Ministério tem a cada dia dado notícias no sentido de descredenciar a vacina (CoronaVac), então nós vamos repensar o cronograma”, disse.
Saiba Mais
- Brasil Anvisa solicita ao Butantan informações sobre doses de reforço
- Ciência e Saúde Covid-19: Decisão sobre dose extra de vacina é desafio para a ciência
- Brasil Estudo diz que vacinados com CoronaVac têm 74% menos chance de morte
- Brasil Anticorpos contra covid-19 podem passar para bebês pelo leite materno
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.