COVID-19

Butantan muda cronograma após exclusão da CoronaVac das doses de reforço

O motivo é que a exclusão do imunizante no rol dos fármacos para serem usados como dose de reforço de idosos e imunossuprimidos fez com que o instituto mudasse a estratégia

Maria Eduarda Cardim
postado em 31/08/2021 06:00
 (crédito: Helia Scheppa/SEI)
(crédito: Helia Scheppa/SEI)

Ao entregar, ontem, o maior lote da vacina contra a covid-19 CoronaVac ao Ministério da Saúde — 10 milhões de unidades —, o Instituto Butantan disse que não concluirá o envio das 100 milhões de doses da vacina para o governo federal este mês. O motivo é que a exclusão do imunizante no rol dos fármacos para serem usados como dose de reforço de idosos e imunossuprimidos fez com que o instituto mudasse a estratégia.

“Não entregaremos os 54 milhões de doses até amanhã (hoje). Nós estamos reprogramando as entregas em virtude de dois fatos: o primeiro fato, foi a própria manifestação do Ministério (da Saúde), que excluiu a vacina para a terceira dose. Então, isso muda um pouco. Estamos reprogramando porque nós temos outros contratos a serem atendidos, outros estados, outros países”, explicou o diretor do Butantan, Dimas Covas.

O contrato com o ministério previa a conclusão da entrega até o final de setembro, mas o instituto vinha afirmando que adiantaria as remessas até o final deste mês. Com a entrega de ontem, o Butantan soma 92,8 milhões de unidades da CoronaVac repassadas ao governo federal. A primeira parte do contrato, de 46 milhões de doses, foi concluída em 12 de maio. Para concluir a segunda, de 54 milhões de injeções, falta entregar cerca de 7,1 milhões.

O ministério anunciou, na última semana, que deve ser aplicada uma dose de reforço nos idosos com mais de 70 anos e pessoas imunossuprimidas, mas a vacina que deve ser usada preferencialmente é a da Pfizer. “Na falta desse imunizante, a alternativa deverá ser feita com as vacinas de vetor viral, Janssen ou AstaZeneca”, disse a pasta.

Na contramão do que diz o ministério, o governo de São Paulo anunciou, dias atrás, que a dose de reforço poderia ser feita também com a CoronaVac. Especialistas, porém, defendem a utilização apenas da Pfizer como a vacina de dose de reforço.

Covas disse que, dentro dessa nova realidade, a entrega será concluída antes do final de setembro, “o mais rapidamente possível”. “Dentro dessa nova realidade, porque o Ministério tem a cada dia dado notícias no sentido de descredenciar a vacina (CoronaVac), então nós vamos repensar o cronograma”, disse.

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