O Ministério da Saúde informou nesta quarta-feira (18/8) que readequou a distribuição de vacinas contra a covid-19 a fim de equilibrar a situação entre estados brasileiros, já que parte deles começou a imunizar adolescentes e outros ainda aplicam a primeira dose na população adulta.
O secretário-executivo da Saúde, Rodrigo Cruz, explicou que após finalizar o envio de vacinas necessárias para imunizar os grupos prioritários, foi preciso ver como estava a situação dos estados em relação à imunização da população adulta. O objetivo é que todas as unidades federativas vacinem contra a doença toda a população maior de 18 anos “ao mesmo tempo”.
A pasta, então, percebeu que algumas unidades da Federação já receberam quantidade suficiente de doses para imunizar adultos, e avançaram para a vacinação de adolescentes. No entanto, outros estados ainda vacinam maiores de 18 anos. Dessa forma, o Ministério da Saúde viu a necessidade de equilibrar a distribuição.
“Precisamos agora ajustar para que a gente faça uma distribuição mais equânime para todo o país”, disse o secretário-executivo. Para isso, o ministério subtrai o número da população acima de 18 anos de determinado estado pelo número de primeiras doses recebidas por este local e descobre quantas pessoas com mais de 18 anos ainda não receberam a primeira dose da vacina contra a covid. “A partir daí, a gente calcula em cada pauta um coeficiente e ele é utilizado para distribuição das doses”, indicou.
São Paulo
Ainda durante a entrevista coletiva para explicar a metodologia de distribuição de vacinas contra a covid-19, a pasta comentou a situação de São Paulo e afirmou que o estado recebeu 301 mil doses da CoronaVac a mais. São Paulo está avançado na imunização de adultos e começará a vacinar adolescentes nesta quarta.
"Lá atrás, em toda pauta do Butantan, 22,6% (das doses) ficavam com o estado de São Paulo. Ocorre que com esse novo desenho para distribuição das vacinas, esse percentual precisou ser reduzido para que a gente pudesse compensar no resto do país”, explicou o secretário-executivo da Saúde. Dessa forma, São Paulo acabou ficando com vacinas “a mais”.
A princípio, para tentar equilibrar, o Ministério da Saúde descontou doses da Pfizer do estado, mas depois entendeu que cometeu um equívoco porque na verdade São Paulo deveria receber menos doses da mesma vacina. Segundo o Ministério da Saúde, as doses descontadas da Pfizer já foram devolvidas ao estado.
“Hoje, o Instituto Butantan entregou a mais 301.955 doses para o estado de São Paulo. [...] Como acordamos, nós não iríamos descontar de outro imunizante, então ele está a dever 301 mil doses da vacina do Butantan”, disse a secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19, Rosana Leite de Melo.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, comentou a situação e disse que descarta conduta de má fé por parte do governo paulista. “Quando falamos dessas doses hipoteticamente a mais que o Instituto Butantan distribuiu para o governo do estado de São Paulo, eu, pessoalmente, por conhecer o secretário (estadual de Saúde) Jean (Gorinchteyn) e o próprio Dimas Covas (diretor do Butantan), descarto qualquer tipo de conduta de má fé. Não há isso de maneira nenhuma. É apenas uma questão de divergência e entendimento”, afirmou.
Queiroga indicou, contudo, ser necessário equilibrar a distribuição de vacinas já que alguns estados estão adiantados na imunização. “Estamos vacinando no estado de São Paulo adolescentes e em outros estados ainda não conseguimos chegar na faixa etária de 18 anos, então cumpre ao Ministério da Saúde equilibrar. O mesmo compromisso que nós temos com os brasileiros que residem em São Paulo, nós temos com os brasileiros que residem no estado do Pará”, ressaltou.
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