PANDEMIA

Pandemia: metade das cidades brasileiras vacina faixa de 30 anos

Das prefeituras que participaram do levantamento, 25% reclamaram de falta de vacinas nesta semana, especialmente para a primeira dose

Gabriela Chabalgoity*
postado em 07/08/2021 06:00 / atualizado em 07/08/2021 08:45
 (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
(crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Pelo menos metade dos municípios brasileiros, a partir da próxima semana, promete vacinar contra a covid-19 pessoas na faixa dos 30 anos. É o que aponta levantamento que consta da 20ª edição da pesquisa semanal da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que busca mapear o cenário das cidades no enfrentamento da pandemia. Segundo a sondagem, dessas prefeituras, 18% imunizarão a faixa etária entre 18 e 24 anos, enquanto outros 29,5% farão aplicações naqueles que têm entre 30 e 34 anos.

A pesquisa foi realizada entre os dias 4 e 5 de agosto e reuniu dados de 1.328 municípios. Das prefeituras que participaram do levantamento, 25% reclamaram de falta de vacinas nesta semana, especialmente para a primeira dose. Apenas 36 cidades relataram falta de imunizantes para aplicação da segunda dose — e desses, 72% apontaram a falta do imunizante da AstraZeneca, 56% da CoronaVac e 39% da Pfizer.

Além disso, mais de 40% dos gestores locais afirmaram que o número de casos confirmados de covid-19 diminuiu nesta semana. Já 12% indicaram não ter tido novos registros, 30% relataram estabilidade e 15% apontaram aumento. Em relação ao número de óbitos pela doença, 60% disseram não ter havido mortes, ao passo que 17% relataram estabilidade, 13% apontaram queda e 9% afirmaram que houve aumento.

Ainda de acordo com a pesquisa, a taxa de ocupação de leitos de unidade de terapia intensiva (UTI) também apresentou cenário positivo nesta semana: 43,8% dos municípios estão com índices abaixo de 60%, 30,3% entre 60 e 80% de ocupação e apenas 13,6% acima de 80%.

Sobre a vacinação, o infectologista Julival Ribeiro chamou a atenção para a necessidade de se manterem os cuidados mesmo após de completado o ciclo de vacinação. “A vacina só tem efeito depois de duas doses, no caso das vacinas de dose dupla. E, mesmo assim, deve-se esperar 15 dias para o efeito do imunizante. Além disso, temos a variante Delta, que é muito mais transmissível que as anteriores”, ressaltou, alertando que ainda não é possível abrir mão das medidas preventivas — como o distanciamento, uso de máscara, higienização das mãos e objetos.

Pingos nos Is

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se reuniu ontem com o secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, em Brasília, para explicar a polêmica envolvendo o envio reduzido das doses da vacina da Pfizer ao estado, no início do mês. As aplicações a menos foram cobradas pelo governador João Doria esta semana, que acusou o governo federal de boicotar a imunização dos paulistas.

Segundo Queiroga, São Paulo, na verdade, deve vacinas ao Plano Nacional de Imunização (PNI). “Não de uma maneira culposa ou qualquer outra questão, é apenas em relação à base de cálculo. Lá atrás, foi entendido que as vacinas produzidas no Butantan não precisavam ir para o centro de logística do Ministério da Saúde para, depois, serem distribuídas para o estado. Então, em função disso, aponta-se que há uma recepção maior de doses da CoronaVac em São Paulo”, afirmou Queiroga.

“Se esses dados estiverem reais e efetivos, pedimos que possa ocorrer um desconto gradual, e não abrupto, para que não tenhamos nenhum prejuízo, principalmente em grupos etários importantes como o de adolescentes portadores de comorbidade e o de gestantes”, rebateu Gorinchteyn.

Queiroga afirmou, ainda, que caso a informação de repasse reduzido de doses ao estado de São Paulo seja confirmada, como acusou Doria, a compensação ocorrerá, mas de forma gradual.

* Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi

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Reduções pela 5ª semana seguida

A mais recente edição do Observatório Covid-19, elaborado pela Fundação Oswaldo Cruz e divulgada ontem, apontou que, pela quinta semana consecutiva, o Brasil apresentou redução nos casos de contaminação e de mortes pela doença. Mas isso não quer dizer que as coisas estejam sob controle, pois os pesquisadores indicaram que continua alta a circulação do novo coronavírus. Os números se referem à última semana do mês de julho e o reflexo mais evidente na melhoria dos números é a taxa de ocupação de leitos de hospitais, que vem apresentando “relativo alívio”. Ainda assim, o estudo alerta para os elevados patamares para os percentuais levantados. Segundo o boletim, os valores da última Semana Epidemiológica — de 25 a 31 de julho — confirmam a tendência de queda de vários indicadores usados pelo Observatório.

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