O brasileiro vai se vacinar contra o coronavírus, independentemente da marca da vacina. A 4ª edição da pesquisa Os brasileiros, a pandemia de Covid-19 e o consumo, divulgada nesta sexta-feira (30/07), pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o Instituto FSB, mostra que 90% da população quer se vacinar mesmo que seu imunizante de preferência não esteja disponível.
O levantamento aponta que 43% gostariam de escolher, no estilo “sommelier de vacina”. Mas apenas 9% deixariam de se vacinar caso o imunizante oferecido não fosse o da preferência.
A pesquisa ouviu 2.000 pessoas nos 26 estados e no Distrito Federal, entre 12 e 16 de julho de 2021. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
“O fato de o brasileiro aceitar tomar a vacina disponível nos deixa menos apreensivos, não só pela proteção individual, mas pelo benefício para toda a sociedade. Sabemos que a vacinação em massa é fundamental para a retomada econômica. E, quando falo em retomada, falo principalmente em mais empregos, mais renda e mais qualidade de vida para a população. A imunização é o único caminho para proteger a saúde e afastar o risco do coronavírus, que são fatores essenciais para reativar os setores econômicos, as molas do crescimento do Brasil”, avalia o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Segundo o levantamento, 71% dos entrevistados afirmaram não ter marca preferida; 19% têm preferência, mas não deixariam de tomar a vacina; e apenas 4% disseram ter preferência por um fabricante e, por isso, deixariam de se vacinar caso o imunizante disponível não fosse o desejado.
Mais confiança nas ruas
A pesquisa mostra a relação direta entre vacinação e retomada da atividade econômica. A começar pelo medo em relação à pandemia, que vem diminuindo. Nesta rodada da pesquisa, 47% dos brasileiros disseram ter medo grande ou muito grande do coronavírus. No fim de abril, esse percentual era de 56%.
A população também está mais confiante em voltar a frequentar estabelecimentos comerciais. Há três meses, 39% tinham muito medo de frequentar shoppings. Agora, este percentual recuou para 24%. O grande receio em relação a frequentar o comércio de rua também caiu de 36% para 28%. O mesmo se deu em relação ao temor de ir a bares e restaurantes, com recuo de 45% para 34% no percentual de pessoas que têm muito medo.
O economista-chefe da CNI, Renato da Fonseca, explica que essas mudanças ocorreram no ato contínuo de percepção sobre o processo de vacinação. Para 68% da população, o ritmo de vacinação aumentou e aumentou muito em julho, em relação a junho. No entanto, 62% ainda consideram o processo “um pouco lento ou muito lento”. Embora alto, esse percentual teve queda significativa, de 21 pontos percentuais, em relação às respostas de abril de 2021, na 3ª edição da pesquisa.
*Estagiária sob supervisão de Carlos Alexandre de Souza