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O que se sabe sobre o incêndio de grandes proporções que atinge acervo da Cinemateca em SP

Major do Corpo de Bombeiros Marcos Palumbo afirmou que a pessoa que acionou a emergência disse que o fogo começou no teto do galpão

Rovena Rosa/Ag Brasil
Parte do acervo da Cinemateca ficava em galpão incendiado nesta quinta-feira
Naya Nakamura

Um incêndio de grandes proporções atingiu o local onde fica guardado parte acervo da Cinemateca Brasileira, na Vila Leopoldina, na Zona oeste de São Paulo no início da noite de quarta-feira (29/7).

Segundo o Corpo de Bombeiros, a área tem cerca de 8.400 m², sendo 6.356 m² de área construída. Onze viaturas faziam o combate às chamas às 18h45. Não há feridos.

Em entrevista à TV Globo, o major do Corpo de Bombeiros Marcos Palumbo afirmou que a pessoa que acionou a emergência disse que o fogo começou no teto do galpão.

Segundo a Prefeitura de São Paulo, o local tem o maior acervo cinematográfico da América do Sul, com cerca de 250 mil rolos de filmes.

A Cinemateca possui mais de 1 milhão de documentos audiovisuais, como roteiros, recortes de jornais, livros e revistas.

Crise e enchente

Em reunião no dia 16 de julho de 2021, vereadores da Comissão de Educação, Cultura e Esportes analisaram um projeto de lei que cria a Frente Parlamentar em Defesa da Cinemateca Brasileira.

Eles adiaram a votação para a semana seguinte, mas concordaram em visitar o local para avaliar como estava o edifício.

Em junho de 2020, os vereadores da mesma comissão também discutiram a crise financeira da Cinemateca e problemas para bancar a manutenção do espaço.

Também em 2020, uma reportagem da BBC News Brasil mostrou que 1132 mil DVDs foram danificados em uma enchente na Cinemateca Brasileira que ocorreu naquele ano.

Foram danificados, por exemplo, 382 cópias de São Paulo, S/A (1965), de Luis Sérgio Person, 270 cópias de Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha, 198 DVDs contendo O Homem do Sputnik (1959) e 250 cópias de Assim era a Atlântida (1975), ambos de Carlos Manga.

Também foram danificadas 396 cópias de Os Óculos do Vovô, um filme mudo e o mais antigo de ficção brasileiro ainda preservado, de 1913.

A coleção que ficou alagada foi criada entre 2007 e 2013 para difundir o cinema brasileiro em pontos de exibição fora do circuito comercial, como escolas e cineclubes.

Na época, em 2007, custou R$ 1,2 milhão para ser implantada, com orçamento de R$ 1,5 milhão no ano seguinte.


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