O fim da tarde desta quinta-feira (29/7) foi marcado por um incêndio de grandes proporções em um galpão da Cinemateca Brasileira, localizado na Vila Leopoldina, na Zona Oeste de São Paulo. Segundo informações do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo (PMESP), até o início da noite não haviam sido identificadas vítimas.
Os bombeiros receberam o primeiro alerta sobre o incêndio nesse mesmo horário.
Segundo o major Palumbo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, às 19h09, já existiam 15 viaturas da corporação, com mais de 50 bombeiros no local. O galpão abriga obras cinematográficas da história brasileira, tem cerca de mil metros, sendo que todo o prédio da Cinemateca tem cerca de 9 mil metros.
O major indicou ainda, em entrevista ao vivo à Globonews, que no primeiro momento a ideia é tentar conter o fogo no galpão — para que o incêndio não tome o resto do prédio.
"Nós temos o registro de ser um local onde temos diversos materiais combustíveis diferentes. Arquivos de filmes, que têm acetato altamente inflamável e todos os materiais que compõem a edificação", pontuou Palumbo.
Histórico de crise
Com um deficit orçamentário que já passa de R$ 13 milhões, o maior museu do audiovisual e do cinema da América Latina passa por uma crise há anos. A situação é tão extrema que, em julho do ano passado, funcionários da instituição foram a público revelar o não pagamento de salários.
Além dos problemas financeiros, a Cinemateca já sofreu com outro incêndio. Em fevereiro de 2016, cerca de 500 obras foram perdidas quando o fogo consumiu parte da sede da instituição na Vila Clementino.
Em 2020, um alagamento também tomou a sede da Cinemateca. A instituição não revelou se obras foram atingidas.
Durante participação no Festival de Cannes no começo do mês, o diretor, produtor, roteirista e crítico de cinema brasileiro, Kleber Mendonça Filho alertou para a situação da cinemateca.