Animais de estimação

Dia do tosador: Conheça mais dessa profissão que ajuda a cuidar dos pets

Saiba mais sobre as exigências, cursos, salário, profissionais e os riscos para quem trabalha e para quem usufrui desses cuidados

Nesta segunda-feira (26/7), é comemorado o dia do tosador. Não é segredo que o mercado de pets cresceu nos últimos anos. Com a pandemia, muitas pessoas criaram um espaço em casa para adotar um pet. Segundo dados de 2019 da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abrinpet), o Brasil é responsável pelo 4º maior faturamento com produtos para pets do mundo, com 4,7% do mercado, ficando atrás dos Estados Unidos (40,1%), da China (7,2%) e empatado com o Reino Unido. Segundo a pesquisa, o esse mercado movimentou, em 2019, US$ 131,1 bilhão.

Ainda segundo a Abrinpet, o Brasil tinha, em 2019, 55,1 milhões de cachorros, e 24,7 milhões de gatos. Para cuidar bem do seu amiguinho de quatro patas, é preciso que o tosador seja mais que uma pessoa que dê banho no pet, mas alguém que transmita confiança e cuidado com os cachorros e gatos.

Daniel Sales de Azevedo, 47 anos, é tosador há pouco mais de 2 anos, e há 6 meses trabalha com a irmã mais nova no Pet Facility. Mesmo sem muita pretensão, Daniel começou a ajudar a irmã, que dá banho em pets há 5 anos, até que começou a se afeiçoar pela profissão e não parou mais.

Para o cearense criado em Brasília, trabalhar com os bichos traz satisfação. “É o que eu gosto de fazer, é muito amor trabalhar com os pets”. Mas nem só de amor vive essa profissão.


É preciso investimento antes de se tornar um tosador. Os cursos na área de tosa de cachorros e gatos podem custar mais de R$ 6 mil. Segundo Daniel, "um curso básico, de 4 horas, pode custar R$ 400 ou mais”.

É também preciso que os riscos sejam levados em consideração, pois nem todos os bichinhos se sentem confortáveis ou relaxados durante o banho. "Por não aceitar muito o processo, tanto o banho como a tosa, acho que chow chow é a raça mais difícil de se dar banho”, contou Azevedo.

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Esses cuidados devem ser levados com muita seriedade, já que um simples descuido pode causar grandes consequências. A convenção Pet South America, PSA, de 2015, listou alguns dos acidentes mais comuns entre os pets: estrangulamento, por conta da força que os animais fazem para sair das guias ou elásticos; fraturas e traumatismos por conta de quedas; compressão excessiva do tórax ao manejar o pet; choque térmico; problemas de infecções e lesões nas regiões dos olhos, ouvidos e unhas; queimaduras causadas pelo uso de secadores, pela proximidade ad pele ou pela temperatura alta do secador; maus tratos; fugas; e mordidas.

Além dos acidentes com os pets, os tosadores também devem lidar com os riscos à própria saúde dentro da jornada de trabalho. Entre eles estão as mordidas, acidentes com tesouras e equipamentos, principalmente quando se fala de iniciantes na área, proliferação de doenças, quedas nos estabelecimentos por falta de uma estrutura correta e até mesmo problemas como burnout (exaustão), devido às longas horas de trabalho que se estendem além dos horários comerciais.

O Ministério do trabalho organizou em um quadro os maiores riscos da profissão divididos em cinco categorias, que especificam cada um dos problemas por suas cores e intensidade

Ministério do Trabalho (MTE) - Agentes de risco para a saúde presentes no processo de trabalho Fonte: Ministério do Trabalho (MTE) Norma Regulamentadora – NR 9

Remuneração

Segundo o site Salário, a média salarial da profissão em Brasília é de R$ 1.343,61, com uma jornada média de 44 horas. Entre junho de 2020 e maio de 2021, houve 4.521 contratações com carteira assinada. Em contrapartida, tiveram 3.369 demissões.


Em dados socioeconômicos, 62,7% dos tosadores são mulheres, 81,7% têm apenas o nível médio completo, e 50,4% têm entre 21 e 30 anos de idade. 

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Diferentemente do homem, gatos e cachorros têm períodos de banho diferenciados. Apesar de os gatos lamberem a própria pelagem como uma forma de banho, é importante que o felino também receba banhos com uma devida frequência, de acordo com a pelagem do seu amigo.

O intervalo entre os banhos para os cachorros também varia pela pelagem do bicho. Caso tenham pelos curtos, de 10 a 15 dias de intervalo, e em caso de pelos longos, de 7 a 10 dias.

*Estagiárias sob supervisão de Vinícius Nader

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