O Ministério Público do Rio de Janeiro informou hoje (17) que o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), promotor Bruno Gangoni, foi designado para assumir temporariamente as atribuições da força-tarefa que investiga o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
A decisão vai ser publicada no Diário Oficial na próxima segunda-feira (19), e Gangoni vai substituir as promotoras Simone Sibilio e Letícia Petriz, que conduziam as investigações desde o primeiro ano do trabalho e pediram para deixar o caso. O motivo da decisão das promotoras não foi informado pelo MPRJ.
O coordenador do Gaeco ficará responsável pelo recebimento de eventuais intimações e o cumprimento de prazos processuais até que sejam anunciados os novos nomes para atuar na força-tarefa.
A saída das promotoras surpreendeu e preocupou familiares de Marielle e Anderson. Familiares de Marielle e Anderson realizaram uma manifestação na porta do MPRJ na manhã da última quarta-feira, cobrando informações sobre o caso. À tarde, o procurador-geral de Justiça do MPRJ, Luciano Mattos, recebeu o grupo e a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck. Segundo o órgão, o objetivo da reunião "foi tranquilizar a todos os presentes, e a sociedade em geral, sobre a continuidade das investigações".
Após a reunião, a viúva de Marielle, a vereadora Mônica Benício, pediu em suas redes sociais que a sociedade esteja comprometida com a resolução do caso. A vereadora, o Instituto Marielle Franco e outras organizações lançaram o Comitê Justiça por Marielle e Anderson.
"Seguiremos cobrando junto ao Ministério Público que se responda a respeito do encaminhamento das investigações. O procurador garantiu que vai ter uma parceria com o comitê, que vai nos atender de forma constante para que a gente estreite o diálogo e acredite que as investigações estão correndo no rumo certo. Não aceitaremos qualquer resposta", disse Mônica Benício.
No último sábado, foram condenados por ocultação e destruição de provas no caso o policial militar reformado Ronnie Lessa; sua mulher, Elaine Lessa; seu cunhado, Bruno Figueiredo; José Marcio Mantovano, conhecido como Bruno Gordo; e Josinaldo Freitas, conhecido como Djaca.
Ronnie também é acusado de executar Marielle e Anderson e está preso. Já os outros condenados tiveram penas privativas de liberdade substituídas por restritivas de direitos com prestação de serviços à comunidade e limitação de fim de semana, sendo obrigados a permanecer aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou outra instituição definida pela Vara de Execuções Penais.
Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro, os quatro deixaram o sistema prisional entre 10 e 12 de julho.