Diante da inclusão de adolescentes de 12 a 17 anos na fila da vacinação contra a covid-19 em alguns estados brasileiros, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta quarta-feira (14/7), que ainda não há evidência sólida em relação à vacinação desse grupo. Queiroga disse ainda que o tema será discutido na próxima reunião do Programa Nacional de Imunização (PNI).
“Não há uma evidência sólida em relação à vacinação em adolescentes, mas isso é alvo de discussão do PNI, e esse tema será debatido na próxima reunião do programa. Se (o grupo) for incluído pelo PNI, essa decisão deve ser capilarizada para o Brasil inteiro”, disse o ministro, durante audiência pública na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
Mais tarde, no entanto, ainda na audiência pública, o ministro da Saúde disse que acredita em uma "decisão positiva" por parte do PNI. "Há um respaldo científico para que se incluam aqueles com comorbidades dentro do Programa Nacional de Imunização (PNI)", disse Queiroga, sem mencionar se os adolescentes sem comorbidades devem ser incluídos também.
O cardiologista lembrou que a única vacina autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada em jovens de 12 a 17 anos é a vacina Comirnaty, produzida pela Pfizer.
A inclusão de adolescentes na campanha da vacinação contra a covid-19 foi evidenciada após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciar, no último final de semana, que pretende começar a imunização de adolescentes de 12 a 17 anos no final de agosto.
Modificações
Em resposta à inclusão do grupo na imunização contra a covid-19 feita por alguns estados e municípios, o ministro disse que discorda da forma como as cidades têm feito mudanças nas orientações do PNI, que são pactuadas por uma câmara técnica tripartite.
“O que nós discordamos é que, na ponta, municípios, de forma discricionária, façam alterações no que foi pactuado pela câmara técnica tripartite”, enfatizou o ministro, que, anteriormente, já havia reclamado da mudança de orientações pactuadas entre governo federal, estados e municípios.
“Não há nada que seja decidido que não seja pactuado na tripartite. O que ocorre é que, na bipartite, se muda o que não deve mudar. Deveria se preservar as decisões do PNI”, disse, Queiroga. “Nós temos trabalhado muito forte para que as decisões técnicas emanadas do grupo técnico do PNI sejam mantidas e cumpridas nas secretarias estaduais e municipais de saúde”, completou.