O II Fórum Brasil: Câncer e Doenças Cardiovasculares, Desafio de Todos, realizado nesta semana, chamou a atenção para a necessidade de cuidados continuados para pessoas que vivem com doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) durante e após a pandemia da covid-19. As DCNTs incluem as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença respiratória crônica, sendo responsáveis por 63% das mortes globais, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Promovido pelo Instituto Lado a Lado pela Vida (LAL), o Fórum contou com 25 palestrantes nacionais e internacionais, entre eles, Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) e Saúde Mental da Organização Panamericana da Saúde (Opas), que trabalha na sede da entidade, em Washington (DC). Segundo o especialista, essas doenças trazem limitações e incapacidades e acarretam perda de qualidade de vida.
Nas Américas, 250 milhões de pessoas vivem com DCNTs e possuem maior risco de desenvolver a covid-19. Além disso, as DCNTs compõem 81% das causas de morte nas Américas, sendo 34% mortes prematuras em pessoas de 30-70 anos. O principal objetivo do II Fórum Brasil do LAL é contribuir para o desenho e implementação de estratégias para as políticas públicas de saúde que atendam às necessidades da população afetada por tais enfermidades.
No Brasil, esses tipos de enfermidades correspondem a 72% das causas de morte. Dados da Pesquisa Nacional de Saúde — PNS (2013) mostram que mais de 45% da população adulta, equivalente a 54 milhões de indivíduos, relatam pelo menos uma DCNT. Em 2011, foi assinada uma Declaração de Alto Nível na Organização das Nações Unidas com a missão de reduzir as taxas de mortalidade por essas doenças.
O evento também abordou temas como os desafios da oncologia no Brasil e as diretrizes de prevenção e controle do câncer e o financiamento dos diagnósticos e tratamentos, com o debate de Rogério Scarabel, diretor da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS); o presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (ABRAMGE), Renato Freire Casarotti; e as deputadas federais Carmem Zanotto, presidente da Frente Parlamentar Mista de Saúde, e Silvia Cristina, presidente da Frente Parlamentar em prol da luta contra o câncer.
*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro
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