Morreu, nesta quinta-feira (22/7), aos 75 anos, o filósofo Roberto Romano. O intelectual estava internado no Instituto do Coração (InCor) desde junho para tratar um quadro de covid-19. Devido a complicações causadas pela doença, Romano sofreu falência múltipla dos órgãos.
Um dos grandes intelectuais do país, Romano se formou em filosofia na Universidade de São Paulo (USP) em 1973. Em 1978, ele concluiu o doutorado pela Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, na França.
Autor de importantes obras (como O Desafio do Islã; Moral e Ciência. A monstruosidade no século XVIII; Brasil. Igreja contra Estado, O Caldeirão de Medéia entre outros) e artigos na área, Romano se tornou uma verdadeira referência em assuntos como ética, democracia e ciência política.
Romano era professor aposentado do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo.
Histórico
Romano nasceu em 1946 na cidade de Jaguapitã, no Paraná, e desde a escola já tinha atração pela filosofia, onde foi monitor do curso ainda durante a atuação na Juventude Estudantil Católica. Antes de concluir ensino superior em filosofia, em 1973, Romano foi preso e torturado no período da ditadura.
Já na Unicamp, Romano foi o presidente da Comissão de Perícia da universidade, que cuidou da análise das milhares de ossadas encontradas no cemitério de Perus, em São Paulo — usado como cemitério clandestino para enterrar inimigos da ditadura militar.
Por meio de nota, o IFCH lamentou a morte do professor: “A comunidade do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas lamenta o falecimento do professor Roberto Romano, e se solidariza aos familiares e amigos”.
Previsões
Ao Correio, ainda ano passado, Romano concedeu longa entrevista ao repórter Jorge Vasconcellos. Entre os assuntos discutidos, o filósofo debateu as previsões para o governo Bolsonaro que havia feito ainda em 2018 (antes da eleição).
Romano apontou que as instituições do país estavam mais vulneráveis, analisou o rompimento de Sergio Moro e o presidente, a tensão entre Poderes e a crise humanitária de covid-19 que assolaria o país. A entrevista completa você pode ler neste link.
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